A luta de uma mãe

Pathé Films
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Na Irlanda dos anos 1950 uma adolescente, Philomena Lee, engravida e é forçada a abrir mão da guarda de seu filho. Ela vai morar em um convento onde trabalha para pagar suas dívidas e seus pecados, seus direitos se resumem a passar uma hora por dia com o filho. Até o dia em que o menino é adotado por um casal americano – em troca de alguns dólares. 50 anos mais tarde ela decide contar sua história e descobrir qual foi o destino de seu filho. Philomena parte com o jornalista Martin Sixsmith em busca de respostas. Sua jornada se tornou um livro e, agora, um filme. O longa é dirigido por Stephen Frears (
Alta Fidelidade e A Rainha) e chega ao Brasil nesta sexta-feira (14).

Philomena e Martin são interpretados pelos brilhantes Judi Dench e Steve Coogan que travam diálogos bem escritos, repletos de reflexões, respostas rápidas e inteligentes. Philomena, de 80 anos, é uma irlandesa, católica, enfermeira aposentada, gentil e bem humorada. Enquanto o jornalista foi coroinha na infância e se tornou um ateu convicto na vida adulta, trabalhou na BBC e nas relações públicas do Primeiro Ministro, até ser afastado por conta de um escândalo. Suas maiores preocupações são descobrir a verdade e escolher as melhores palavras para a reportagem. A busca começa  sem muito sucesso no convento: eles são informados que todos os arquivos referentes às adoções se perderam em um incêndio e a maioria das freiras da década de 1950 já faleceu. Depois da decepção inicial, eles viajam a Washington e acabam descobrindo mais do que o paradeiro do menino.

A história de Philomena Lee ajudou a divulgar uma prática comum na Irlanda puritana das décadas de 1950 e 1960. Ativistas estimam que 60 mil crianças foram separadas de suas mães e forçadas a adoção pelos conventos. A sensação de culpa, o pecado e a vergonha das meninas ajudaram a Igreja Católica a manter a prática secreta por 50 anos. Importante notar, segundo Martin, que o incêndio que destruiu todos os documentos deixou intactos os papéis nos quais as mães abdicavam da guarda de seus filhos. No longa, uma das freiras justifica as atrocidades  explicando que aquelas meninas pecaram e ela se manteve pura durante toda sua vida. A verdadeira Philomena Lee lançou recentemente uma campanha para que o governo irlandês mude a lei e torne públicos os registros sobre adoções daquela época. 


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