Dez anos depois, um latino americano volta a receber o prêmio Pritzker. Depois de Paulo Mendes da Rocha ter recebido a honraria dez anos atrás, foi a vez do chileno Alejandro Aravena recolocar a América Latina no panteão da arquitetura mundial. Arquiteto em pleno crescimento na carreira, ele estará na próxima Bienal de Arquitetura de Veneza, que ocorrerá em maio.
Seu maior trabalho, conduzido por seu escritório, foi um conjunto habitacional de moradia popular composto de 7500 casas no Chile. São estruturas entregues aos moradores tais quais esqueletos e que são complementadas de acordo com a vontade do morador, dando assim liberdade e autonomia aos proprietários.
Para o arquiteto Martin Corullon, o prêmio entregue a Aravena tem vários aspectos positivos: “um arquiteto jovem, que pode ter ainda uma produção grande e relevante graças ao incentivo de um prêmio como esse (…) o fato de ser o chile um país pequeno e fora do centro do mundo mas em que a própria classe dos arquitetos soube criar muitas oportunidades para gerações recentes de ótimos profissionais produzirem, alimentando um circulo virtuoso de valorização da arquitetura na sociedade”. Corullon reafirmou também a importância do engajamento do trabalho de Aravena, que seria muito consistente no enfrentamento “dos problemas concretos e graves das populações mais pobres”.
O caráter múltiplo do trabalho de Aravena, que vai de habitação popular a arquitetura corporativa também agradou Corullon “o fato ter uma obra formalmente potente e expressiva também em outras áreas de atuação da profissão, que recusa portanto o estigma de que todo projeto formalmente forte ou novo é necessariamente um ícone a serviço de um poder imobiliário predador. Espero que possamos trazer algo dessa experiência chilena, da qual Aravena é um bom representante, para a nossa realidade no Brasil. Hoje estamos bem longe disso.” Conclui.
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