Atenção, se você não assistiu ao último capítulo da novela das 21h “Amor à Vida, de Walcir Carrasco, este post contém ‘spoilers’. HEHE.
A novela acabou. Casou quem tinha que casar – como lembrou nossa querida Dilma Bolada, parece que a felicidade só está relacionada com o matrimônio -, foi desmascarado quem tinha que ser desmascarado (como Amarylis, vivida por Danielle Winits), vilões foram presos (na verdade, só o casal psicopata formado por Aline e Ninho, ou Vanessa Giaccomo e Juliano Cazarré, por que quase todos os outros foram redimidos como a psyco vivida por Susana Vieira)…
Mas o que todo mundo queria saber mesmo era se Felix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) iriam protagonizar (finalmente) o primeiro beijo gay – entre homens – da teledramaturgia brasileira – ou da Rede Globo de Televisão. Já que foram registrados outros beijos gays recentes na televisão brasileira, entre mulheres, como na novela “Amor e revolução” (SBT, 2011) entre as atrizes Giselle Tigre e Luciana Vendramini; e na série “Força-tarefa” (Globo, 2009), entre os personagens de Hermila Guedes e Fabíula Nascimento.
Félix ficou conhecido pelos bordões, bafões, crimes e pelo bom humor. Que contra-senso. O personagem era rejeitado por César (Antonio Fagundes), seu pai na trama, porque ele era gay, o que o “motivou” a realizar uma série de crimes e golpes – como jogar no lixo a própria sobrinha, ou assaltar e espancar um amigo de seu pai, até este perder a memória, porque foi descoberto em seus golpes no hospital, que era herdeiro. A aceitação do pai só veio na última cena da novela – literalmente – onde os dois choram e declaram o amor que tem um por outro. #TEMÇO
Essas cenas e a reviravolta do personagem lembra o tratamento que a Globo dá a uma série de notícias: Como chamar de cartel (um conceito mais amplo que ninguém sabe ao certo se é errado demais) a corrupção ativa e desvio de dinheiro no caso do trensalão tucano em São Paulo. Tudo é passível de flexionar, se é do interesse dos poderes representados pela emissora. OPS…
Outra coisa para se lembrar é o que o Ministério da Justiça sublinhou, na tarde desta sexta-feira (31), nas redes sociais: “um beijo hetero não é classificado” e, da mesma forma que “um beijo entre dois homens ou duas mulheres não é”. O manual de classificação indicativa de filmes e programas pode ser consultado no site do ministério.
O que prova o quão a Rede Globo é impõe padrões e não é democrática (aí, você me questiona: qual é a novidade?). Hehehe. Pô, Globo! Libera o beijo homoafetivo. Tudo é amor!
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