O projeto de revitalização do histórico Complexo Cinematográfico Vera Cruz foi apresentado nessa quarta-feira (6) e tem o prazo de cinco anos para começar a funcionar. Em uma parceria da prefeitura de São Bernardo e a iniciativa privada, serão criados sete estúdios, salas de pré e pós-produção, estacionamento, teatro com 850 lugares, cinema digital para 100 pessoas, espaço de convivência e o Memorial da Cia. Vera Cruz, com acervo iconográfico.
Além do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, e de representantes da empresa vencedora da licitação, a Telem S.A. (Técnicas Eletro Mecânicas), compareceram ao evento o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o diretor-presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, o diretor-presidente da Spcine, Alfredo Manevy, o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki, o ator Sérgio Mamberti e secretários municipais.
O contrato de concessão, válido por 30 anos, foi assinado no dia 23 de junho. De acordo com uma nota oficial da prefeitura de São Bernardo, a previsão é de que a iniciativa privada invista no complexo cerca de R$ 156 milhões.
Conhecido como a “Hollywood brasileira”, o Complexo Vera Cruz foi criado 1949. Revelou e projetou grandes nomes do cinema, como Tônia Carrero, Anselmo Duarte, Eliane Lage, Marisa Prado e Renato Consorte. Diversos filmes com o comediante Mazzaropi, também uma descoberta da Vera Cruz, foram realizados no local, além de longas-metragens como Caiçara, Cangaceiro, Sinhá Moça, Nadando em dinheiro, Uma pulga na balança, Carandiru, Garotas do ABC e Sábado.
O filho adotivo de Mazzaropi, André Luiz, esteve presente no evento: “Era um sonho dele o resgate desse espaço. Depois do fechamento, às vezes ele vinha aqui para relembrar os bons tempos e chorava. Ele era conhecido de todos e os porteiros abriam as portas para a gente. Estar aqui depois de 40 anos é ver renascer o sonho do meu pai.”
Em crise financeira, os estúdios encerraram suas atividades em 1972. O complexo, então, foi tombado em função de seu valor artístico-cultural para a região do ABC e o Estado de São Paulo.
Para Juca Ferreira, a reabertura do Vera Cruz é um importante passo para a produção audiovisual nacional. “Essa iniciativa marca o momento de reafirmação da confiança do futuro da economia do País e do cinema nacional. É o resgate do sonho de centenas de pessoas ligadas ao mundo do cinema e do audiovisual.”
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