O consumo de atividades culturais ainda é realidade distante da maior parte dos brasileiros. Essa conclusão, baseada na pesquisa “Panorama Setorial da Cultura Brasileira”, foi levantada no seminário Estatísticas do Audiovisual – A importância da inteligência de dados para a elaboração de negócios, realizado na última sexta-feira (11) na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.
De acordo com o estudo, o brasileiro médio apresenta um índice baixo de envolvimento com atividades culturais. Dentre as atividades realizadas fora de casa, a principal é a prática religiosa (42% frequenta alguma religião). Em seguida aparecem Cinema (38%), Visitas a restaurante (34%) e Passeio em parques (30%).
Atividades mais sofisticadas apresentam desempenho baixo. Enquanto 20% da população frequenta shows de música popular, apenas 13% vai a livrarias. As visitas ao teatro aparecem com 9%, sendo que só 7% vai a musicais e 4% frequenta museus e galerias.
O diretor-presidente da Spcine, Alfredo Manevy, classificou a exclusão dos brasileiros nessas práticas como “apartheid cultural”.
A própria noção de cultura é algo que não faz parte de cotidiano nacional. Segundo Gisele Jordão, autora da pesquisa, a palavra “cultura” tem um juízo de valor histórico ruim e que prejudica a concepção do termo. “Nos praticantes culturais (pessoas que praticam com frequência alguma atividade cultural) há valores mais harmônicos de coletividade”, disse.
Sudeste
A pesquisa Cultura em SP mostra dados específicos do Estado de São Paulo. Dentre os paulistanos, 26% afirmam realizar atividades culturais em seu tempo livre.
O Cinema é a preferência estadual (61% saiu pela menos uma vez no último ano para assistir a um filme), seguido por Festas Populares (46%), Shows (45%), Bibliotecas (36%), Teatros (30%) e Museus (29%).
O interesse por atividades culturais varia de acordo com a renda, a escolaridade, a idade e a religião, entre outros fatores. No caso do cinema, a maior variação se dá de acordo com a idade. Para teatros e museus, de acordo com a escolaridade e a renda. Para o pesquisador João Leiva, sócio-diretor da J.Leiva Cultura e Esporte, o acesso à cultura sobe com o acesso à educação e com a distribuição de renda.
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