A cantora e compositora Inezita Barroso, de 90 anos, morreu neste domingo. Seu corpo está sendo velado desde 6h30 desta segunda-feira (9) no Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo, na zona sul.
Inezita estava internada desde o último dia 19 no Hospital Sírio-Libanês, e morreu em decorrência de insuficiência respiratória.
A artista comandou o programa Viola, Minha Viola, da TV Cultura, por 35 anos e possuía um público fiel.
Cantora, instrumentista, folclorista, atriz e professora, Inezita comandava o programa Viola, Minha Viola na TV Cultura há quase 35 anos, um dos programas mais antigos da televisão brasileira ainda no ar. Em 60 anos de carreira, ela gravou 80 discos.
O enterro está previsto para as 17h no cemitério Getsêmani, na Vila Sônia.
Inezita teve atuação marcante não só na abertura de espaços a talentos da música caipira, como em diversos ramos da cultura. Além de gravar músicas de sucesso, comoRonda, A Marvada Pinga e Lampião de Gás, foi uma das primeiras atrizes da antiga Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
A cantora nasceu em São Paulo e viveu entre o bairro Barra Funda, na capital, e a fazenda da família, no interior do estado. Formada em biblioteconomia, Inezita tinha grande interesse nos valores regionais do Brasil e tornou-se professora universitária de folclore nacional.
O jornalista Assis Ângelo, autor do primeiro livro sobre a vida da paulistana Ignez Magdalena Aranha de Lima, a Inezita, definiu bem a trajetória da artista em seu blog, ao homenageá-la pelo aniversário de 90 anos: “A carreira dela é compriiida! Viva Inezita Barroso!”, escreveu.
O jornalista, no entanto, lamenta não ter conseguido terminar o segundo livro sobre a artista, já que o primeiro, A Menina Inezita Barroso, lançado pela Cortez Editora, relata apenas os primeiros 17 anos de vida da cantora. “A ideia era prosseguir, mas não deu tempo”, disse ele, que tinha convivência próxima com ela, desde a década de 80.
De acordo com o seu relato, embora a cantora tenha vivido a maior parte do tempo em São Paulo, a carreira começou no Recife, Pernambuco, com impulso do compositor e pianista Lourenço Barbosa da Fonseca, morto em 1997. “Cornélio Pires, paulista de Tietê, foi o primeiro homem a gravar modas de viola. Inezita, foi a primeira mulher”, acrescentou Ângelo.
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