Luciano Nakata, 38, é o compositor e multi-instrumentista Curumin. Em virtude de seu show nesta sexta (20), em que interpreta canções do mestre do soul norte-americano, Stevie Wonder, no palco da festa Talco Bells, recebeu a reportagem da Brasileiros. A apresentação acontece no Cine Joia, a partir das 23h, e os ingressos custam R$ 35 antecipado (podem ser adquiridos no site da casa) e R$ 50 na porta.
O músico carrega uma forte influência da música negra norte-americana. Em 2009, durante participação no programa televisivo Circo do Edgard, tocou Master Blaster de Stevie Wonder, recentemente fez uma série de shows baseados no álbum Still Bill, de Bill Withers. Veja parte de nossa entrevista na TV!Brasileiros:
Curumin fala, com propriedade e muita paixão, sobre o soul produzido no Brasil. “Acho que, em primeiro lugar, a galera ficou muito assustada e abalada com o soul americano. Tentaram reproduzir com as armas que tinham e acabaram criando outro tipo de soul. O que eu acho o mais impressionante do soul brasileiro é que tem uma personalidade, um jeito único de fazer. É bem diferente do norte-americano, apesar das referências”, comenta.
Também lembra de grandes nomes do gênero no Brasil, como Tim Maia e Cassiano, por quem tem uma profunda admiração. “Me contaram que, teve uma época, Caetano (Veloso) ficou louco pelo Cassiano e chamou a banda dele para gravar com o Cassiano para arregimentar. Ali no estúdio, o Caetano na parte técnica, falaram ‘1, 2, 3 gravando!’ e ficou todo mundo em silêncio. Nisso, o Caetano parou a gravação e perguntou se estava tudo bem. Aí responderam que todo mundo entra junto na hora que se sintonizar”.
Curumin toca Master Blaster:
Formado em psicologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Curumin vive com sua companheira, a cantora Anelis Assumpção, com quem tem um filho pequeno, Benedito, 3, e seu cachorro, o enérgico Guri. Tem três discos lançados, Achados e Perdidos (2005), Japanpopshow (2008) e Arrocha (2012). Ainda conta com alguns compactos e um grande número parcerias como Criolo e Arnaldo Antunes. No final de 2014, lançou um compacto com duas faixas, uma parceria com a Massarock e outra com o Elo da Corrente. Atualmente, visa produzir mais gravações nesse formato, que demanda menos trabalho e permite uma produção mais constante.
Nos três álbuns, há um aprofundamento das experimentações musicais, hoje, Curumin procura voltar mais para o orgânico. “A banda atual está junta há uns 7 anos. Para compor, tenho pensado na formação da banda, baixo, bateria e guitarra. A construção da música para mim começa do baixo e da bateria. A guitarra e voz, fazem a harmonia. Podem fazer os voos dessa base sólida, as cores, contar a historinha”, conta.
Curumin toca Use Me, do álbum Still Bill:
Curumin é um dos poucos bateristas que são também cantores. Lembra que foi o violão seu primeiro instrumento, mas foi na arte da baqueta que se apaixonou e aprofundou. “A bateria segura no chão, prende as pessoas no ritmo. A voz é o oposto disso, é o passarinho, o cantor tem que voar em cima daquela base”, explica.
No início de sua carreira, tocava um cavaquinho elétrico, mas influenciado, dentre outros músicos, por Sapotone, que tocou com a banda Los Sea Dux e também com Otto, e decidiu tocar bateria e cantar.
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