Documentário sobre Amy Winehouse comove Cannes

O documentário Amy, que conta a trágica história da cantora Amy Winehouse, foi apresentado neste final de semana no 68º Festival de Cannes e levou comoção ao público. “Amy é um filme sobre uma pessoa que deseja o amor e nem sempre o recebe”, afirmou o diretor do longa, Asif Kapadia. Premiado com dois Baftas, pelo filme The Warrior e pelo documentário sobre “Senna”, ele demorou dois anos para conseguir falas da família sobre a diva.

Comparada a Billie Holiday e com um coração frágil, a artista morreu com apenas 27 anos no dia 23 de julho de 2011. Para contar sua história, Kapadia utilizou as letras das canções feitas por Winehouse como pano de fundo da vida dela. “Tudo aquilo que precisávamos fazer era revelar aqueles textos. Esta para mim é a verdadeira revelação: o testemunho de Amy. Todos sabem como ela cantava, mas talvez apenas alguns se dêem conta de como ela escrevia bem. Escreveu textos e músicas: tudo era seu”, diz o diretor.

O diretor aproveitou para usar muitos testemunhos de pessoas próximas à cantora e menos música para mostrar a fragilidade de uma menina dotada de um talento extraordinário que, desde muito jovem, precisa gerenciar um sucesso gigantesco. Há quatro anos de sua morte, chega o documentário – previsto para estrear em setembro – que, no início, teve a aprovação da família e que agora vê o pai da estrela, Mitchell, processar o diretor por “informações infundadas”. De fato, Kapadia mostrou um genitor ausente durante toda a infância e que se aproximou da filha apenas quando ela estava fazendo sucesso.

Mitch Winehouse, pai de Amy, insistiu que ele que queria se distanciar do filme e, segundo relatos, ele pretendia entrar com uma ação judicial. “Não era a intenção desapontar ninguém, mas apenas mostrar o que estava acontecendo na vida dela”, disse. “Havia um monte de turbulências, havia um monte de coisas acontecendo na vida dela, e foi por isso que as coisas aconteceram da maneira que aconteceram. É isso, realmente”, completou.

Além dos parentes, há destaque para a importância de Black Fielder-Civil, o grande amor de sua vida. Um homem que se torna seu marido e que a acompanhará no percurso no caminho das drogas. Foi Fielder-Civil quem apresentou heroína à diva e todos consideram ele um dos “culpados” pela queda da artista.

Um dos grandes elogios ao filme é a presença de imagens lindas de Winehouse durante sua infância e de sua perspicaz inteligência ao responder perguntas ousadas de jornalistas. Há ainda os momentos de sua reabilitação o álcool e das drogas e o famoso show de Belgrado, em 18 de junho de 2011, no qual se apresenta completamente bêbada.

“Aconteceu alguma coisa com Amy Winehouse. E eu queria entender como isso pode ter acontecido perante nossos olhos. Como pode uma pessoa morrer assim nos dias de hoje? Não se tratou de um episódio imprevisto. De todas as maneiras, nós sabíamos que isso poderia acontecer porque Amy estava percorrendo aquele caminho”, finalizou Kapadia.


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