Dostoiévski é essencial para entender o momento presente, diz historiador

Celso Frateschi encena monólogo de Dostoiévski - Foto: Divulgação
Celso Frateschi encena monólogo de Dostoiévski – Foto: Divulgação

No próximo domingo (4), às 20h, o ator Celso Frateschi e o professor da Cásper Líbero  Welington Andrade vão discutir a obra de Dostoiévski no Ágora Teatro (rua Rui Barbosa, 672, Bela Vista), após a apresentação da peça. A entrada para o debate é franca. A terceira parte da trilogia (O Subsolo) é encenada aos sábados às 21h e aos domingos às 19h. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).

Desde 29 de julho Frateschi vem encenando a “Trilogia do Subterrâneo – Há Coisas Que o Homem Tem Medo de Revelar Até Mesmo a si Próprio”, sob a direção de Roberto Lage. Como explica o historiador Lincoln Secco, a trilogia “é uma série de três monólogos inspirados em obras de Fiódor Dostoiévski: Sonho de um Homem Ridículo, O Grande Inquisidor e Memórias do Subsolo“.

Segundo Secco, “a segunda parte é inquietante em todos os sentidos. Como transfigurar um monólogo numa solidão compartilhada? Em O Grande Inquisidor, o ator num teatro recatado, pequeno e sem patrocínios olha profundamente nos olhos de seus expectadores que, assim, participam do monólogo sem a necessidade de uma desintegração física das fronteiras entre o palco e a platéia, tão cultuada em formas que já se tornaram consagradas e oficiais”.

Para o historiador, a peça é essencial neste momento: “O público que porventura nada conheça do texto ou das mais elementares regras do ofício, como este escrevinhador, não sai ileso do denso discurso sobre a liberdade e nem sobre o desconcertante silêncio de Cristo. Assisti-lo em tempos de golpe de Estado, fraude jurídica, injustiça, cassação da consciência e da soberania do povo só aumenta o desconforto”.


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