Maurício Dias e Walter Riedweg apresentam exposição individual que abre nesta terça-feira (16), às 20h, na Galeria Vermelho. A exposição Histórias Frias e Chapa Quente fica na galeria até o dia 19 de dezembro e depois volta no dia 12 de janeiro e permanece até 14 de fevereiro de 2015.
Nesta mostra, a dupla apresenta um conjunto de obras recentes que estabelece uma reflexão sobre fatos ocorridos nas últimas oito décadas da história da humanidade.
A videoinstalação Cold Stories (2011) combina mais de 600 arquivos em vídeo extraídos da internet com imagens relacionadas ao período da Guerra Fria, de 1944 até os dias de hoje. O trabalho faz referência às memórias que os artistas têm sobre o período, com séries e comerciais de TV, o conforto doméstico, além de discursos, eventos históricos e políticos, imagens de conflitos e de guerras. Na obra, estas imagens aparecem dentro de círculos coloridos que se expandem na tela e explodem feito bolhas de sabão. Ainda quatro baús contêm marionetes de figuras representativas da época, como Che Guevara, Mao Tse-Tung, John F. Kennedy e Nikita Khrushchev.
Já em Chapa Quente (2014), outra videoinstalação, mostra em quatro telas objetos utilizados pela polícia, como capacetes, cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo. A cada vez que os objetos se repetem em sequência, surgem na tela imagens dos protestos no Brasil, nos meses de junho e julho de 2013, além de fotos históricas dos anos da ditadura e imagens de fenômenos naturais, como vulcões, gêiseres, deslizamentos de terra e tsunamis.
Em Sob pressão (2014) trinta barômetros revelam a pressão atmosférica do espaço, além de discretas intervenções gráficas com nomes de favelas do Rio de Janeiro, como Maré, Mangueira, Rocinha, Alemão, Fogueteiro, Cidade de Deus, entre outras.
Também de 2014, Evidência traz um termômetro de três metros de que em sua escala entre 40 graus Celsius negativos e 40 graus positivos, revela inscrições com datas de acontecimentos históricos ocorridos entre 1944 e 2014.
Throw (2004) conta com a participação de transeuntes de uma praça em Helsinque, que arremessam diretamente no olho da câmera uma série de objetos. O gesto das pessoas ganha potência com o efeito da câmera lenta e da inclusão de imagens de arquivo de manifestações políticas que aconteceram na Finlândia durante o século 20.
Obra realizada em 2014 em colaboração com a crítica de arte Glória Ferreira e a artista Juliana Franklin, Blocão reúne em 30 mil folhas de um bloco de aproximadamente um metro quadrado, uma seleção de 80 frases polêmicas proferidas por políticos e personalidades da mídia. O público poderá escolher uma frase e destacar a página para levar consigo.
A exposição conta ainda com um conjunto de obras criadas entre 2010 e 2012 intitulado pelos artistas de Pequenas histórias de modéstia e dúvida. Uma dessas obras, composta por três projeções sincronizadas revela cenas do cotidiano das favelas no Rio de Janeiro. A série de vídeos se contrapõe à ideia de vulgaridade e de violência criada pela imprensa sobre essas comunidades.
Desde 1993, a dupla que vive e trabalha no Rio de Janeiro, desenvolve projetos que investigam como a esfera privada afeta o espaço público e vice-versa. Suas obras integram as coleções de museus: Centre Georges Pompidou (Paris), MACBA (Barcelona), MAR (Rio de Janeiro), e nos Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros. Também já participaram de diversas mostras internacionais: documenta12, em Kassel (2007), Bienal de Veneza (1999), Bienal de São Paulo (1998, 2000 e 2002) e Mercosul (2003) etc.
A dupla foi tema de matéria na edição número 27 da Revista ARTE!Brasileiros, leia aqui.
Serviço – Histórias Frias e Chapa Quente
Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais, 350 – São Paulo – SP
Rua Minas Gerais, 350 – São Paulo – SP
Abertura: 16 de dezembro, às 20h
De 17 de dezembro a 7 de fevereiro de 2015
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