O cerimonial que antecipou a exibição do filme Aquarius na França, durante o Festival de Cinema de Cannes na manhã desta terça-feira (17), foi marcado por um protesto simbólico do diretor Kleber Mendonça Filho, de parte do elenco e da produção do longa-metragem.
Antes de entrar no Palais des Festivals, onde o filme foi exibido, o cineasta pernambucano, parte da produção e do elenco do filme, como a protagonista, Sonia Braga, e a atriz Maeve Jinkings, exibiu cartazes com frases como: “não há mais democracia no Brasil”, “houve um golpe de estado no Brasil”, “o Brasil experimenta um golpe de estado”, “o mundo não pode aceitar esse governo ilegítimo”, “chauvinistas, racistas e golpistas no ministério”.
A manifestação foi repercutida pela produção do Festival de Cannes em foto e também em vídeo (veja abaixo), ambos veiculados nas páginas oficiais da mostra no Facebook e no Twitter:
Protagonizado por Sonia Braga, Aquarius é do mesmo diretor de O Som ao Redor, filme que deu projeção ao cineasta pernambucano em 2012. A estreia em Cannes, exclusiva para a imprensa, teve repercussão positiva entre os jornalistas, que aplaudiram o filme.
Aquarius é um dos 20 concorrentes à Palma de Ouro, o prêmio máximo do festival. Mendonça Filho compete com um grupo de estrelas internacionais como os cineastas Pedro Almodóvar (Julieta), Steven Spielberg (The BFG), Paul Verhoeven (Elle) e Jim Jarmusch (Paterson).
Na última terça-feira (11), véspera da votação do processo de impeachment no Senado, Mendonça Filho afirmou, em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times, que o Brasil passa por um golpe de estado “moderno e cínico”.
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