A fotógrafa norte-americana Mary Ellen Mark morreu na última segunda-feira (25). Ela tinha 75 anos e sofria de síndrome mielodisplásica. O anúncio de seu falecimento foi feito ontem.
Colaboradora de revistas como LIFE, New York Times Magazine, New Yorker, Rolling Stone e Vanity Fair, Mary se destacou como excelente retratista, responsável por fortes ensaios – passou pela Índia e retratou a vida de mulheres presas em um hospital psiquiátrico. Tinha influência confessa de grandes nomes da fotografia: Cartie-Bresson, Irving Penn e Richard Avedon. Fez parte da famosa agência Magnum, onde ficou de 1977 até 1981. Entre retratos de desconhecidos com forte estética social, também fotografou personalidades como Madre Teresa de Calcutá e Woody Allen.
Em sua carreira, publicou 18 livros e foi produtora de alguns documentários, como American Heart, Twins e Prom.
Mary Ellen Mark começou a fotografar na metade dos anos 1960 em Nova York, registrando as manifestações contra a Guerra do Vietnã e as profundas transformações culturais que ocorrem nesta década e que dariam uma nova face ao mundo. Seu olhar se voltou para as margens da sociedade, as pessoas não visíveis, os outsiders tão comuns nesta época. Também se interessou por cinema e foi fotógrafa de stills de fiImes, como Apocalipse Now, de Francis Ford Coppola, ou Satyricon, de Federico Fellini, por exemplo. Tem mestrado em fotojornalismo e em suas imagens humanistas retrata, ou melhor, retratava as questões sociais norte-americanas.
Há tempos seu caminho é outro. Ela não acredita mais no fotojornalismo, aliás, ela decreta que ele acabou: “Não existe mais. Nunca fiz fotos de tragédias, catástrofes, estas continuam existindo, mas reportagens de pessoas, histórias não encontram mais lugar na imprensa. Muita foto de arte, muito photoshop, este fotojornalismo acabou. É tudo decoração. Não há mais tempo para elaborar um bom trabalho”.
Deixe um comentário