Fotografias inéditas do corpo de Ernesto Che Guevara, morto em 1967, em La Higuera, na província de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, foram reveladas nesta semana pelo sobrinho do padre espanhol Luis Cuartero Lapieza, que teria levado as imagens para a Espanha dias após o assassinato do líder argentino. As fotos estão na casa da família de Cuartero, na aldeia de Castilistar, em Zaragoza.
Segundo Imanol Arteaga, sobrinho de Cuartero e vereador na cidade, seu tio foi à Bolívia naquele ano para realizar o casamentos do irmão, período que coicindiu com a morte de Che Guevara, em La Higuera, e chegou a ver o corpo do revolucionário em Vallegrande, onde ficou exposto em uma lavanderia. De acordo com a investigação iniciada por Arteaga, o autor das imagens é o fotógrafo francês Marc Hutten, da Agence France Presse (AFP), morto em 2012, que supostamente entregou as fotos para Cuartero levar de volta à Europa.
As imagens sumiram por simples ausência de simpatia da família com os ideais de Che. “Não demos muita importância para as fotos”, revela Arteaga. Em 2012, no entanto, Luis Cuartero morreu, e o sobrinho decidiu procurar algumas lembranças do tio. “A família sempre soube que meu tio tinha umas fotos de Che, mas eu nunca tinha visto nada. Quando ele morreu, eu perguntei para a minha tia Marisa, que morava com ele e, então, encontramos o material em um apartamento do arcebispo de Zaragoza que meu tio tinha usado como escritório. Eu fiquei atortoado quando as vi num envelope”, conta. Com a ajuda de um especialista, Arteaga descobriu que as fotos eram inéditas, com retratos do seu rosto e do seu corpo exposto na lavanderia, além de fotografias de Tamara Bunker, companheira de Che Guevara na mata boliviana.
Segundo Mooses, fotógrafo austríaco que trabalha em Zaragoza e que analisou as fotografias, elas foram reveladas no mesmo ano da morte de Che. “Não é possível afirmar com certeza, mas estou convencido 99% de que essas fotos foram reveladas na mesma época, porque os papéis são daqueles anos e impossíveis de encontrar hoje”, observou. Ele também disse que não imagina um valor tão alto pelas imagens, já que a AFP tem os negativos, também levados por Cuartero à Espanha.
Em entrevista ao jornal El Heraldo, de Zaragoza, Arteaga disse que, agora, guarda carinho por um dos maiores líderes da América Latina. “Era um homem excepcional”, finalizou. Para ver as fotos, clique aqui.
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