Ilú Obá de Min homenageia Elza Soares no centro de SP

A cantora Elza Soares, nos bastidores do show A Mulher do Fim do Mundo (Divulgação / Facebook)
A cantora Elza Soares, nos bastidores do show do álbum A Mulher do Fim do Mundo (Divulgação / Facebook)

Ovacionada em 2015 por ter colocado na praça um dos melhores álbuns do ano, o surpreendente A Mulher do Fim do Mundo, em que pela primeira vez em mais de 60 anos de carreira interpreta apenas canções inéditas, Elza Soares será tema de uma grande homenagem nas ruas centrais de São Paulo, nesta sexta-feira (5). A trajetória irrepreensível da cantora, eleita pela BBC de Londres, em 2002, como a “Voz do Milênio”, será celebrada pelo Ilú Obá de Min, bloco afro, composto apenas por mulheres, que dissemina a cultura afro-brasileira e africana por meio de percussão, dança e cantos em Yorubá.

“Ser negra, mulher e brasileira é para mim um grande orgulho e minha maior missão. Que todas as mulheres sejam homenageadas. Somos a grande força do mundo e nosso caminhar é sagrado. Sinto-me ‘pequena’ quando recebo homenagens, mas esta me faz gigante, pois é a celebração de toda mulher brasileira. Todo meu amor e axé para as mulheres do Ilú”, disse Elza, por meio da assessoria de comunicação do bloco.

A concentração do Ilú Obá de Min terá início às 19h na Praça da República. Às 20h, Elza e as mulheres do bloco cantarão cinco temas, especialmente compostos para a homenagem. Depois o bloco seguirá pela Avenida São Luiz, descerá a Rua Xavier de Toledo e encerrará o percurso na Praça das Artes. Ao final do cortejo, a celebração terá continuidade com música mecânica, a cargo das DJs Tata Ogan, Evelyn Cristina e Luana Hansen.  

Fundado em 2004, pela percussionista, atriz e arte-educadora Beth Beli, o Ilú Obá de Min (em Yorubá, “mãos femininas que tocam tambor para Xangô) reúne mais de 300 integrantes. Além das atividades do bloco, na sede do grupo, situada na Alameda Eduardo Prado, 342, no centro de São Paulo, também são realizadas regularmente oficinas, cursos, atividades educacionais, culturais e de difusão da arte negra. Ao longo de sua trajetória, o Ilú Obá de Min prestou homenagens a outras grandes expoentes femininas da cultura negra do País, entre elas, a escritora Carolina Maria de Jesus, a cantora Leci Brandão e a escritora, folclorista e artista plástica Raquel Trindade.

“Nossa expectativa é que Elza seja celebrada com todo o requinte e reverência de que é merecedora”, afirma Beth, que também atua como mestre de bateria e diretora do bloco.

MAIS
– Leia reportagem
de Brasileiros com Elza Soares, originalmente publicada em 2009.
– Leia resenha do álbum Elza Pede Passagem (1972), publicada na coluna Quintessência.
– Veja abaixo o episódio de Rua!, projeto audiovisual da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, coordenado e dirigido pela cineasta Tata Amaral. 


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