Lenda do blues, B.B. King morre aos 89 anos

Foto: Reprodução/Facebook
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Considerado o “Rei do Blues”, o músico norte-americano B.B. King morreu aos 89 anos de idade, enquanto dormia em sua casa, na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, na madrugada desta quinta-feira (14). A informação foi divulgada no site oficial do artista, que não divulgou a causa oficial da morte. No mês passado, o artista ficou quatro dias hospitalizado devido a uma desidratação causada por complicações de uma diabetes.

Em sua última postagem no Facebook, B.B. King agradeceu aos fãs pelas orações por sua saúde. “Obrigado a todos pelas saudações e orações”, escreveu no dia primeiro de maio. “Estou me recuperando em minha casa em Las Vegas”, completou.

B.B.King – originalmente Riley B. King – foi classificado como o sexto maior guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stones, em 2011. No ranking da mística fabricante de guitarras Gibson, ele ocupa a 17ª colocação.  Além das premiações pela habilidade com o instrumento que o notabilizou, King também integrava o Hall da Fama do Rock and Roll desde 1987. Mais do que música, sua importância foi reconhecida politicamente: em 1990, o presidente George Bush o premiou com a National Medal of Arts, maior honraria possível existente para artistas norte-americanos. Em 2006, outro Bush, o filho, lhe concedeu a Presidential Medal of Freedom, mais alta condecoração civil do Estados Unidos, que “reconhece os indivíduos que contribuíram para a segurança ou para os interesses nacionais dos Estados Unidos, para a paz mundial, cultural ou outro ou empreendimentos privados”. 

Nesta sexta-feira (14), o jornal norte-americano New York Times publicou uma crônica em que lembra que King conseguiu criar uma nova maneira de tocar guitarra, baseado no estilo vibrato, que combinou com letras que se assemelham a “poemas de dor e perseverança”. “Eu queria ligar minha guitarra às emoções humanas”, escreveu o músico em sua autobiografia, lançada em 1996.

O músico inspirou gerações de guitarristas, como Jimi Hendrix e Eric Clapton, e vendeu milhares de discos ao longo de sua carreira. Entre suas canções mais famosas, destacam-se Three O’Clock Blues, The Thrill Has Gone e When Love Comes to Town. A paixão pelo instrumento também permeou a carreira de King: em uma de suas histórias mais famosas, ele enfrentou um incêndio para salvar uma guitarra de US$ 30 dólares em uma casa noturna em Twist, em 1950. “Dois homens começaram a brigar e, de repente, um deles derrubou um fogão repleto de querosene. Eu estava fugindo quando lembrei da guitarra, que havia ficado no palco. Corri entre as chamas para resgatá-la”, contou em uma de suas entrevistas. Depois do ocorrido, ele passou a chamar a guitarra de “Lucille”, como se fosse uma mulher.

B.B. King casou-se duas vezes, mas desde 1966 vivia solteiro. Tem 15 filhos com 15 mulheres diferentes. Vivia em uma casa suntuosa em Las Vegas e era conhecido pela cadeia de casas noturnas que foram batizadas com seu nome por todo o país. No Brasil, sua última passagem pelo Brasil foi em 2012, com shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. No mesmo ano, B.B. King fez uma parceria inesperada com o presidente norte-americano, Barack Obama, durante um show de blues na Casa Branca.

Apresentação de B.B. King no Bourbon Street, em São Paulo, em 2012:

Veja B.B. King tocando com o presidente Barack Obama:



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