Maior tradutor de literatura russa no Brasil, Boris Schnaiderman morre aos 99 anos

Boris Schnaiderman, tradutor russo morre em São Paulo - Foto: Divulgação
Boris Schnaiderman, tradutor do russo morre em São Paulo – Foto: Divulgação

Um dia depois de completar 99 anos, o escritor e tradutor Boris Schnaiderman morreu no Hospital Samaritano, em São Paulo. Internado desde a semana passada para uma operação no fêmur, ele acabou contraindo uma pneumonia, e morreu na noite de quarta-feira (18).

Boris é tido como o pai da tradução de ficção russa no Brasil, principal responsável por clássicos de Bábel, Dostoiévski, Górki, Khlébnikov, Maiakóvski, Mandelstam, Pushkin e Tchékhov.

O escritor nasceu em Úman, na Ucrânia, em 1917, ano da fundação da União Soviética. Ele saiu do país com um ano de idade, passou oito anos em Odessa com os pais até que, em dezembro de 1925, desembarcou no Rio.

Logo depois sua família foi para São Paulo, mas, quando ele tinha 17 anos, voltou com os pais para o Rio. Ele só naturalizou-se brasileiro em 1941. Alistou-se no Exército e foi para a Europa em julho de 1944 combater no final da Segunda Guerra Mundial. Era abril de 1945 e ele estava no Norte da Itália.

Antes de ir para o front, encaminhou a diversas editoras uma tradução própria de Os Irmãos Karamazóv, de Fiódor Dostoiévski. Foi apenas o primeiro de seus trabalhos. Inaugurou, assim, traduções feitas em solo brasileiro em um tempo em que elas chegavam a partir de traduções inglesas ou francesas.

Na edição de abril da Revista Brasileiros, o jornalista Gutemberg Medeiros escreveu uma reportagem sobre o lançamento de “Diário de um escritor” (Hedra), ocasião em que entrevistou Boris Schnaiderman e Deborah A. Martinsen (Columbia University) abordando aspectos dessa produção.

Boris trabalhava em duas publicações: uma coletânea de textos seus publicados em jornais e revistas com o título Meu Século, Minha Fera e, ao lado de sua mulher, a professora da PUC-SP Jerusa Pires Ferreira, uma coletânea de artigos de Iúri Lotman. Além de sua autobiografia, na qual relata sua passagem pelo PCB entre 1950 e 1959.

Leia a reportagem clicando aqui.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.