Moda: Vogue e Valentino reforçam estereótipos sobre a África

Campanha da Valentino colocou brancas em cenário africano - Foto: Divulgação
Campanha da Valentino colocou brancas em cenário africano – Foto: Divulgação

Para os desavisados a ideia parece incrível: ícones da moda elegeram a África como inspiração neste início de ano. Mas o que poderia ser uma reflexão sobre racismo ou direitos humanos da revista Vogue e da grife Valentino se transformou no pastelão de sempre, recheado de estereótipos e apropriação cultural.

Primeiro a dar bola fora, a Valentino lançou no mês passado uma campanha com fotos no Quênia. Elas mostram mulheres branquíssimas com ar blasé usando vestidos étnicos em uma paisagem de deserto. Em outubro, um desfile da grife também causou polêmica ao convocar mulheres brancas usando tranças para um desfile tipicamente negro.

Polêmica parecida provocou a Osklen em 2011, quando colocou menos de dez negras para desfilar uma coleção em “homenagem” à ascendência africana do brasileiro, conta reportagem da Folha de S.Paulo.

Mas a última polêmica quem causou foi a revista Vogue, que divulgou as fotos do baile da revista, que aconteceu na última sexta-feira (29) em um hotel de luxo em São Paulo. O que se vê são mulheres brancas com bronzeamento alaranjado usando tranças e vestidas com penas e estampas animais.

A homenagem fashion e branca à África contou com desfiles de famosas como Valesca Popozuda e Grazi Massafera. A falta de convidados negros chamou ainda a atenção para o que se parece menos com uma homenagem do que com a velha apropriação cultural.


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