Morreu na manhã desta quinta-feira (2) o cineasta português Manoel de Oliveira. Ele tinha 106 anos e estava em casa. A informação é do jornal português Publico. A causa ainda não foi divulgada.
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Uma carreira que abarca desde o cinema mudo até o digital é para poucos. O primeiro filme de Manoel de Oliveira é de 1931, o documentário mudo Douro, Faina Fluvial sobre sua cidade natal, o Porto. Depois, vieram os longas ficcionais Aniki-Bobó (1942), Ato da Primavera (1963), Amor de Perdição (1978), Os Canibais (1988), O Convento (1995), Singularidades de uma Rapariga Loura (2009) e tantos outros.
Sua obra priorizou o discurso sobre a encenação, a câmera por vezes estática, apenas se movimentava quando desejava revelar um determinado objeto ou atitudes corporais de quem tem a palavra. Além de transitar entre o não diálogo e o monólogo palavroso, o diretor criou um estilo cinematográfico próprio e puro.
Não por acaso, recebeu homenagens de importantes festivais de cinema, como Cannes, Locarno e Veneza.
Em 1982, Oliveira filmou um documentário autobiográfico, intitulado A Visita – Memórias e confissões. No entanto, só será exibido após a sua morte, por desejo do próprio diretor.
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