Morreu, na madrugada dessa quarta-feira, o violonista espanhol Paco de Lucia, considerado um dos maiores interpretes de flamenco que já existiram.
O músico, que tinha 66 anos de idade, morreu em Cancun, no México, onde passava férias com seus filhos. Na praia teve um mal súbito e foi encaminhado para o hospital, porém, acabou não resistindo e morreu antes de ser atendido, vítima de um ataque cardíaco.
José Ignacio Landaluce, prefeito de Algeciras, sua cidade natal, declarou que a morte do violonista é “uma perda irreparável para o mundo da cultura, para a Andaluzia”.
Paco de Lucia não apenas é reconhecido pelo seu talento musical, mas principalmente por ter inovado completamente e popularizado o estilo musical marcante de sua região, o flamenco. Começou cedo, aos 7 anos já brincava sob a supervisão e tutoria de seu pai, também músico. Tinha no irmão Pepe outro grande parceiro musical e, com ele, formou seu primeiro grupo, Los Chiquitos, quando tinha apenas 12 anos de idade. Nessa época já começou a correr o mundo graças a seu talento, fez algumas turnês por EUA e Europa acompanhando a Companhia de Balé Clássico Espanhola. Apesar dos projetos paralelos, não deixa de lado seu trabalho autoral e durante esse período lançou La Fabulosa Guitarra de Paco de Lucía, seu primeiro trabalho solo a ser gravado, lançado em 1967.
A década seguinte viria para consagrar de vez Paco de Lucia como um dos nomes mais significativos da história do flamenco, principalmente pela forma com que evoluiu e popularizou o estilo musical. As apresentações no Palau de Barcelona, em 1970, e no Teatro Real e no teatro Monumental, em Madri, o alçaram ao patamar de maior nome da música em seu país e, no final dequela década, conquistou também fama internacional por parcerias com John McLaughlin, Al Di Meola e Larry Coryell.
Nunca parou, música era sua paixão e o flamenco era a forma que encontrava para expressar isso. Há 10 anos atrás lançou Cositas Buenas, considerado pela crítica um de seus melhores trabalhos, com o qual conquistou o Grammy Latino na categoria melhor álbum de flamenco. No mesmo ano foi também condecorado com o Príncipe das Asturias, prestigiado prêmio concedido por conta de sua contribuição cultural ao longo de sua carreira.
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