Uma filmografia rara e inédita no Brasil pode ser vista até domingo (17) em uma mostra retrospectiva na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. São 17 filmes produzidos ao longo do século 20 em países do então bloco soviético com as mesmas características do western, gênero clássico do cinema norte-americano.
A mostra O faroeste vermelho, organizada com a colaboração do Festival Internacional de Roterdã, na Holanda, reúne produções soviéticas da Mosfilm, da DEFA, estúdio da extinta Alemanha Oriental, de outros países do leste europeu, como Hungria e a então Tchecoslováquia, e da Ásia Central.
Embora influenciados pelo western, esses filmes faziam uma inversão ideológica das figuras docowboy do velho oeste e do indígena. É o caso de O sol branco do deserto, de Vladimir Motyl, produção soviética de 1969, em que o mocinho é um soldado soviético no leste europeu, e Os filhos da grande ursa , de Josef Mach (Alemanha Oriental, 1966), no qual o índio é apresentado como protagonista da luta contra o imperialismo.
Debates
De acordo com um dos curadores, Pedro Henrique Ferreira, os filmes que integram a mostra diferem das demais produções soviéticas exibidas no Brasil no século passado.
“Não imaginamos uma produção mais popular quando pensamos em arte soviética de modo geral. São bangue-bangues aventurosos, que lembram filmes americanos e italianos. Eles tinham uma plena consciência do que acontecia cinematograficamente no resto do mundo”, informou.
Além da programação de filmes, a mostra promove debates. No sábado (16), às 19h, após a exibição das duas partes do épico Siberíada (1979), de Andrei Konchalovsky, um dos mais importantes cineastas russos, o historiador Daniel Aarão Reis falará sobre revolução e cultura popular na União Soviética.
Ingressos
A mostra O faroeste vermelho tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do governo federal. A programação completa, com os horários das sessões, está disponível no site da Caixa Cultural.
Os ingressos custam R$ 2 a inteira e R$ 1 a meia-entrada. A Caixa Cultural fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro do Rio de Janeiro.
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