Ocupações de prédios do MinC atingem todos os Estados do País

Grupo ocupa o Palácio Capanema, sede da Funarte, no Rio - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Manifestantes ocupam o Palácio Capanema, sede da Funarte, no Rio de Janeiro – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

As ocupações de prédios públicos ligados ao Ministério da Cultura já se estendeu a todos os Estados do Brasil. As manifestações começaram no dia 13, depois que o governo Michel Temer incorporou a pasta da Cultura ao Ministério da Educação, controlado pelo deputado Mendonça Filho (DEM) – o mesmo que, nesta quarta-feira (25), recebeu em seu gabinete o ator Alexandre Frota para discutir propostas sobre a educação no País.

A reação dos artistas à extinção do ministério começou quando Mendonça Filho se apresentou no ministério: o deputado foi recebido com cartazes com as frases “Vaza Mendonça Filho” e “Cultura sim, golpe não”. No resto do País, Curitiba foi a primeira cidade a ter um prédio ligado ao MinC ocupado pelos manifestantes, ainda no dia 13.

As ocupações se disseminaram pelos demais Estados e hoje atingem todas as Unidades da Federação. O governo Temer tentou reverter os protestos convidando pelo menos cinco mulheres para ocupar a recém-criada Secretaria da Cultura: Marília Gabriela, Cláudia Leitão, Daniela Mercury, Bruna Lombardi e Eliane Costa. Todas recusaram. O presidente desistiu então de nomear uma mulher para o cargo e recriou o Ministério da Cultura, entregue ao então secretário da Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero.

Apesar do recuo do Planalto, os protestos não cessaram. Em um vídeo divulgado na segunda-feira, artistas como Marieta Severo, Patrícia Pillar, Andréa Beltrão, Jards Macalé e Otto disseram que não reconhecem a nova gestão.  Eles exigem a deposição “de um governo golpista” e dizem não reconhecer Temer como presidente: “Qualquer tipo de negociação com o Palácio do Planalto é uma forma de legitimar o golpe”.

Em comunicado, os militantes que ocupam o Palácio Capanema, no Rio, onde funcionam as sedes do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional) e da Funarte (Fundação Nacional de Artes), afirmaram que os protestos serão mantidos até a saída de Temer. Eles dizem que não terão qualquer tipo de diálogo com o atual governo.

“Repudiamos qualquer apoio ou tentativa de diálogo de qualquer entidade, segmento ou artistas que venham a negociar com esse governo ilegítimo, utilizando-se da luta plural e democrática travada nas ocupações”, diz o texto. Os artistas afirmam que continuarão tomando “de forma pacífica e contundente” as sedes do Ministério da Cultura no Brasil.

O movimento também criticou a postura de entidades como a APTR (Associação de Produtores de Teatro) e o Procure Saber, que aceitaram dialogar com Marcelo Calero.


Comentários

Uma resposta para “Ocupações de prédios do MinC atingem todos os Estados do País”

  1. Avatar de Alison Barbosa
    Alison Barbosa

    Se nao querem diálogo, é só seguir o que manda a lei em casos de invasão.

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