“Para quem diz Israel, não, eu digo: Palestina, sim”, diz Caetano

Foto: Marcos Hermes
Caetano Veloso – Foto: Marcos Hermes

O cantor e compositor Caetano Veloso respondeu pela primeira vez publicamente as críticas feitas a ele e a Gilberto Gil – que vão iniciar uma turnê juntos na quinta-feira (25) – pelos shows que farão em Tel Aviv, em Israel. Quando a sua apresentação no palco Júlio Prestes, o principal da Virada Cultural de São Paulo, estava no fim, ele disse: “Eu só queria dizer uma coisa: para todos aqueles que dizem Israel, ‘não’, eu digo Palestina, ‘sim’. Israel ‘não’ é empobrecedor”. A frase foi seguida de aplausos da plateia, que lotou a Avenida Duque de Caxias, no centro, para vê-lo.

Antes, um cachecol com as cores da Palestina e bandeiras pedindo para que ele não toque na capital israelense foram jogadas no palco, e um homem chegou a invadir a estrutura para abraçar o cantor, que retribuiu. Houve também uma grande bandeira pedindo que Caetano se posicione contra a redução da maioridade penal.

Brasileiros no show de Caetano Veloso, neste domingo:

O melhor para finalizar a Virada Cultural, Caetano cantando “Sampa”, Brasileiros teve esse prazer. E Caetano disse ao final do show: “Enquanto todos estão dizendo Israel não, eu digo Palestina sim”. Vídeo: @arimandia Leia brasileiros.com.br – Mais que informação. Reflexão! #ViradaCultural #musica #mpb #caetanoveloso

Um vídeo publicado por Brasileiros Editora (@brasileiroseditora) em

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As críticas começaram depois que o ex-baixista e cantor da banda britânica Pink Floyd, Roger Waters, pediu a Caetano e Gil que não tocassem em Israel como forma de boicotar o país pelas investidas contra territórios palestinos. Os músicos brasileiros responderam que não cancelariam o show, que acontecerá no dia 28 de julho.

A Virada

Caetano Veloso encerrou a Virada Cultural de 2015 com show no palco Júlio Prestes, na região da Luz, no centro da cidade. A apresentação foi também o encerramento da turnê do álbum Abraçaço, disco lançado em 2013 e que tomou o tempo do cantor nos últimos anos com turnês na Europa e nos Estados Unidos. Nas últimas semanas, ele se apresentou em cidades brasileiras e chegou a fazer um show de graça no Sesc Itaquera, na semana retrasada.

A Virada Cultural foi aberta no sábado (20) com uma homenagem a Inezita Barroso, no palco República, no centro. A Orquestra Paulistana de Viola de Caipira atraiu centenas de pessoas que lotaram o espaço destinado à atração. Os principais sucessos da apresentadora e pesquisadora musical, como a canção Lampião de Gás, foram lembrados.

Na edição deste ano, artistas nacionais foram priorizados: o evento teve apresentações de nomes como Sidney Magal, Hermeto Pascoal, Perla, Wanderléa, Fabio Jr., Anitta, Emicida, Nando Reis, Ira!, uma homenagem aos 50 anos da Jovem Guarda, com a presença de Erasmo Carlos em um dos shows, musicais sobre Tim Maia (com o ator e cantor Tiago Abravanel) e Rita Lee, além de atividades como o “Galinhódromo”, feira de gastronomia coordenada pelo famoso chef Alex Atala, na Praça Roosevelt.

A Virada também teve apresentações da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e da Orquestra de Câmara da Osesp e espetáculos teatrais, musicais e de dança na SP Escola de Teatro.

A Polícia Militar deve divulgar nesta segunda-feira (22) um balanço de ocorrências do evento. Entre a noite de sábado e a manhã de domingo, 65 pessoas tinham sido detidas na região central, a maior parte por porte de drogas ou suspeita de participação de arrastões e furtos. Os detidos foram levados para delegacias no centro. Um deles, suspeito de tráfico, carregava 26 pinos de cocaína, segundo a Polícia Militar. Alguns celulares, roupas e carteiras foram recuperados pelos policiais.

 


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