Lançado em 2009 e dedicado a investigar o universo da música brasileira registrada em discos de 78 rotações na primeira metade do século 20 – sempre em goma-laca ou cera de carnaúba –, o projeto Goma-Laca mais uma vez mostra resultados consistentes de sua cuidadosa pesquisa, tanto no diz respeito ao material coletado e disponibilizado quanto na realização de shows. Cerca de dois anos após a primeira edição nos palcos, os idealizadores Biancamaria Binazzi e Ronaldo Evangelista organizam o segundo grande show do projeto, que acontece no sábado e no domingo (8 e 9) no Sesc Vila Mariana.
Sob o comandado do renomado maestro Letieres Leite (Orkestra Rumpilezz), os cantores Lucas Santana, Karina Buhr, Russo Passapusso e Juçara Marçal apresentam releituras e versões de alguns dos primeiros registros de música afrobrasileira e seus desenvolvimentos em gêneros como emboladas, cocos, jongos, maracatus. Tudo retirado de discos de 78 rotações de artistas como Elsie Houston, Almirante, Vanja Orico, Stefana de Macedo, Josué de Barros, Jararaca e Ratinho, Mano Elói e Getúlio Amor Marinho e o grupo Filhos de Nagô.
Mas realizar shows é apenas uma das facetas do projeto mais amplo do Goma-Laca, que disponibiliza em seu site (www.goma-laca.com.br) o resultado das pesquisas com áudios, vídeos, imagens e artigos. O centro acaba de lançar, por exemplo, uma pesquisa inédita que garimpa e investiga as mais antigas gravações afrobrasileiras conhecidas, de 1909 a 1933, incluindo os primeiros discos gravados sob a classificação de “macumba” e “candomblé” e um panorama da música brasileira em seu período de cristalização.
Serviço – Goma-Laca: Afrobrasilidades em 78 RPM
Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141)
De R$ 4,80 a R$ 24
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