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“Ninguém é sério aos dezessete anos”. O primeiro verso de Romance, do poeta francês Jean-Arthur Rimbaud, que aparece no longa Jovem e Bela, define a nova produção de François Ozon. Com estreia prevista para o próximo fim de semana (15), o filme se inicia no verão em que Isabelle completa 17 anos e termina na primavera seguinte. Neste período, a garota, interpretada pela jovem atriz e modelo francesa, Marine Vacth, passa por inúmeras mudanças: a noite na qual perde a virgindade, o período que decide trabalhar como prostituta, os traumas decorrentes dessa situação e a compreensão de tudo que fez.
A história avança em saltos estruturados nas quatro estações. Cada estação começa com Isabelle sendo observada por um dos personagens, seu irmão, um cliente, sua mãe e seu padrasto, mas o foco sempre volta à garota. A intenção de Ozon era questionar o que se passa na adolescência, para ele, um período de sofrimento e transformação, mas sem retratá-la de forma idealizada. “Eu não queria mostrar a adolescência como um momento sentimental, mas sim como um momento quase hormonal”, explica. Isabelle se prostitui para testar seus limites e experimentar sua sexualidade – que não está necessariamente ligada aos seus sentimentos.
O filme conta ainda com a participação da atriz Charlotte Rampling, no papel da mulher de um dos clientes mais íntimos de Isabelle, George. Ela representa alguém com quem Isabelle pode se identificar e que ajuda a menina a compreender e superar tudo o que se passou durante o ano. Para Ozon as duas atrizes se complementam e Rampling tem muito a ensinar a Vacth. “Ela interpretou muitos papéis transgressores, muito sexuais, foi muitas vezes vista como a encarnação de uma fantasia no cinema, era ideal para interpretar a mulher que entendia Isabelle, que não a julgava”.
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