“Ajuste de austeridade não funciona”, diz prêmio Nobel de economia

Joeph Stiglitz, prêmio Nobel de economia - Foto: EBC
Joeph Stiglitz, prêmio Nobel de economia – Foto: EBC

Prêmio Nobel de economia em 2001, o norte-americano Joseph Stiglitz afirmou em jantar na noite de quarta-feira (4), em São Paulo, o que nenhum economista brasileiro gosta de ouvir: a austeridade do ajuste fiscal implantado no Brasil “não funciona”.

A afirmação veio em tom de piada. Ele afirmou que um jantar entre o ministro da Fazenda Joaquim Levy com a chanceler alemã, Angela Merkel, “daria uma indigestão”.  “O que eu explicaria a eles é que esse tipo de austeridade não funciona. Isso já era óbvio há cinco, sete anos.”

Para exemplificar, ele mencionou a crise econômica na Grécia, que não foi resolvido com simples redução do deficit público. “Mas Merkel continua dizendo: se eles sentirem a dor, eventualmente vão melhorar”, afirmou, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. “Eu não sei se isso é algo como uma redenção pela dor, uma atitude bíblica, mas essa ideia tem sido minuciosamente descreditada.”

Sobre a crise vivida pelo Brasil, o economista também brincou: “Vocês teriam uma crise de qualquer forma, mas escolheram o momento errado para a crise política”.

Ele atribuiu a crise no mundo a muitas razões, como a desaceleração da China, que afeta a demanda por commodities. “Eles também estão sofrendo com o fim dos juros baixos nos EUA, que, aliás, não vão acabar, mas o medo disso terminar prejudica esses países.”

Sobre o tal jantar entre a alemã Merkel e Levy, o mal estar seria de todo mundo: “Provavelmente todos nós teríamos indigestão”, disse o economista.

 


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