Depois das chamadas “pedaladas fiscais” o governo federal publicou nesta sexta-feira (2) no Diário Oficial da União o Decreto n° 8.535, que proíbe órgãos públicos de dever aos bancos por mais de cinco dias úteis.
Em acórdão aprovado no mês de abril, o TCU (Tribunal de Contas da União) constatou irregularidades no atraso do repasse de verbas do Tesouro Nacional a bancos públicos para o pagamento de despesas com programas sociais do governo, como Bolsa Família, seguro-desemprego e abono salarial.
No entendimento dos ministros do tribunal, a atitude do governo foi considerada uma espécie de empréstimos ilegais de bancos públicos à União. O procedimento é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Já o governo discorda dessa avaliação alegando que as práticas ocorreram durante períodos curtos, que acabam sendo compensados no momento em que os bancos recebem os recursos e ficam com saldos positivos.
Segundo o artigo 3º do decreto, “é vedado aos órgãos e entidades do Poder Executivo federal firmar contrato de prestação de serviços com instituições financeiras, no interesse da execução de políticas públicas, que contenha cláusula que permita a ocorrência de insuficiência de recursos por período superior a cinco dias úteis”.
O governo também estabelece que, em caso de excepcional insuficiência de recursos, a instituição financeira comunicará a ocorrência ao Poder Executivo federal contratante até o quinto dia útil da ocorrência, que procederá à cobertura do saldo em 48 horas úteis, contadas a partir do recebimento da comunicação.
O decreto proíbe ainda a existência de saldos negativos ao final de cada exercício financeiro.
*Com Agência Brasil
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