Ninguém, além do governo, ficou satisfeito com a decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa de juros em 14,25% ao ano. Para o mercado financeiro, a medida mostraria submissão do Banco Central ao Palácio do Planalto, enquanto para os sindicalistas, a decisão poderia ser outra: corte de juros.
A justificativa apresentada foi “a elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas”, diz o BC. A ideia é evitar que uma nova alta na Selic aumente ainda mais a expectativa de recessão no Brasil este ano.
Para o mercado financeiro, no entanto, o sinal do BC pode sinalizar aumento da inflação e obediência demasiada ao Planalto, diz o jornal Folha de S.Paulo. Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no entanto, apoia a decisão do Copom. “A manutenção da Selic foi acertada. O desemprego e a recessão já derrubaram a confiança e o consumo das famílias, e isso deverá levar ao recuo da inflação”, avalia.
Mas para as centrais sindicais, o Banco Central errou, mas por não cortar a taxa. “Manter a taxa básica de juros só serve para manter a economia em recessão, com impactos negativos na geração de empregos. Aprofunda a crise brasileira, aumenta a dívida pública e drena recursos da sociedade para o rentismo, ou seja, para os banqueiros”, disse, em nota, o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
Para a Força Sindical, a atual taxa é abusiva e não ajuda a baixar a inflação, como pretende o governo federal. “A política econômica do governo está quebrando o país. Milhões de trabalhadores desempregados e a maioria das empresas com ociosidade de mais de 50%, demonstram que a política econômica praticada pelo governo Dilma Rousseff está levando nosso País para o buraco”, disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, em nota.
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