O mercado financeiro pediu, o governo Dilma Rousseff atendeu e colocou no Ministério da Fazenda o banqueiro Joaquim Levy, que acabou caindo no final do ano em razão das medidas recessivas de seu ajuste fiscal. O resultado oficial pode ser medido agora: o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro – a soma de todos os bens e serviços produzidos no País – caiu 3,8% em 2015, a maior desde o início da série histórica sem ajuste sazonal, iniciada em 1996.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em valores correntes, o PIB fechou o ano passado em R$ 5,904 trilhões.
A retração reflete a queda em praticamente todos os setores da economia, com destaque para Formação Bruta de Capital Fixo (investimento em bens de capital), com queda de 14,1%. Os dados divulgados indicam também reduções significativas na Indústria (6,2% ) e Serviços (2,7%). O único setor que registrou crescimento foi a Agropecuária: 1,8%.
Ao contrário das exportações de bens e serviços que cresceram 6,1% em 2015, as importações fecharam com retração de 14,3%. Com o PIB de R$ 5,9 trilhões em valores correntes, o PIB per capita fechou em R$ 28,876 mil, queda de 4,6% em comparação com 2014.
A queda de 6,2% no setor industrial tem como exceção a extração mineral, que cresceu 4,9%. A produção e a distribuição de eletricidade, gás e água caíram 1,4%; a construção civil 7,6% e a indústria de transformação 9,7%.
Segundo o IBGE, a queda do PIB em no ano passado, na série ampliada (ou seja, anterior a 1996) é a maior desde 1990, ano do confisco da poupança e de outras aplicações financeiras pelo governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Naquela época, a redução foi de 4,3%. Pelos resultados hoje anunciados, 2015 será o segundo ano sem crescimento da economia. Em 2014, a variação foi de 0,1%, o que é considerada estabilidade.
A pressão sobre o atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, deve aumentar. A pergunta é: Dilma vai apertar o ajuste fiscal ou retomar o programa desenvolvimentista do antecessor, como pedem o PT e o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
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