Brasil deve ter maior inflação para abril desde 2003, diz IPCA

A variação da inflação no País deve cair 0,17 ponto percentual em abril se comparada com o mês passado, mas ainda assim será a taxa mais elevada desde o mesmo mês de 2003. Segundo a prévia divulgada nesta sexta-feira (17) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE, a média será de 1,07% neste mês, menor do que março (1,24%) e abaixo apenas do mesmo período de doze anos atrás, quando ficou em 1,14%.

Se for confirmada essa prévia, o índice inflacionário brasileiro ficará em 4,61% no acumulado do ano e de 8,22% nos últimos doze meses. Em abril de 2014, o IPCA registrou taxa de 0,78%. Como mostrado na semana passada por Brasileiros, a inflação brasileira está entre as maiores da América do Sul, atrás apenas da Venezuela (que não divulgou nenhum dado em 2015) e da Argentina, que tem acumulado de 18% nos últimos doze meses.

Tabela/IPCA
Tabela/IPCA

O setor de habitação ficará novamente com a maior posição do ranking dos elevadores da taxa inflacionária. A variação no período deve ficar em 3,66%. Alimentação (1,04%), vestuário (0,94%), artigos de residência (0,68%) e despesas pessoais (0,57%) também terão alta em abril em comparação com o mês de março. Entre os itens que influenciaram essa alta de preços estão a energia elétrica (13,02%), água e esgoto (1,05%), artigos de limpeza (0,93%) e condomínio (0,87%). Os alimentos e bebidas tiveram inflação de 1,04%, sendo o segundo principal responsável pelo IPCA-15 de abril. Entre os produtos que tiveram os maiores aumentos de preços estão a cebola (6,72%), alho (6,61%), ovos (5,49%) e leite (4,96%).

Os dados do IPCA mostram ainda que Curitiba (1,79%), Brasília (1,48%), Rio de Janeiro (1,28%), Porto Alegre (1,24%) e Goiânia (1,12%) são as cidades com os maiores aumentos no período analisado pelo instituto.

Recuo de empregos na indústria

Outro relatório divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE mostra que a indústria teve queda de 0,5% em seus postos de trabalho de janeiro para fevereiro deste ano. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), esse é o segundo recuo consecutivo do emprego industrial, pois, em janeiro, houve redução de 0,2% na comparação com o mês anterior (dezembro).

O emprego industrial teve piora em todos os indicadores e tipos de comparações feitas pelo IBGE. Os postos de trabalho tiveram queda de 4,5% na comparação com fevereiro do ano passado, 4,3% no acumulado do ano e 3,6% em 12 meses.

O número de horas pagas recuou 0,1% na comparação com janeiro deste ano, 5,2% em relação a fevereiro de 2014, 5,2% no acumulado do ano e 4,4% em 12 meses. Já a folha de pagamento real caiu 0,9% em relação ao mês anterior, 6,1% na comparação com fevereiro do ano passado, 5,2% no acumulado do ano e 2,5% em 12 meses.

Na comparação com fevereiro de 2014, houve queda no emprego industrial nos 18 ramos de atividade pesquisados pelo IBGE, sendo as principais observadas nos segmentos de meios de transporte (-8,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,2%), produtos de metal (-9,4%) e outros produtos da indústria de transformação (-8,5%).


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