Um estudo feito pela agência Fitch com nove empresas do setor imobiliário revela o tamanho do prejuízo que a crise financeira vem causado ao setor: de cada 100 imóveis vendidos, 41 foram devolvidos às construtoras no ano passado.
Em valores, essas devoluções significam quase R$ 5 bilhões. “Historicamente, esse percentual girava em torno de 10%, um patamar saudável”, diz Meyer Nigri, presidente da Abrainc, que reúne as 18 maiores empresas da área.
Parte do problema é a restrição ao crédito, cada vez menor, e o desemprego, em 8,5%, informa o jornal O Estado de S. Paulo. O diário cita o caso do aposentado Flávio Atore de Mello, 63 anos. Ele perdeu o emprego quatro meses depois de comprar um apartamento na planta, em 2012. “Quando fechei o negócio, minha ideia era pagar o máximo possível até as chaves e depois quitar o restante com meu apartamento antigo”, lembra. “Deu tudo errado.”
A consequência é o aumento das disputas judiciais. No escritório do advogado Marclo Tapái, processos de devolução de casas e apartamentos chegaram a 73% de seu trabalho em 2015, contra 43% do ano anterior. “Ninguém compra um imóvel pensando em devolver. Quem busca essa opção ou está desesperado ou se deu conta de que fez um péssimo negócio”, diz.
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