Contingenciamento não será nem tão grande nem tão pequeno, diz Dilma

A presidenta Dilma Rousseff afirmou que o contingenciamento do Orçamento Geral da União de 2015, que será anunciado nesta sexta-feira (22), não será “nem tão grande nem tão pequeno”. Ela acrescentou que nenhum contingenciamento paralisa o governo. Dilma evitou comentar o valor do corte de gastos para este ano.

“Tem gente que acha que [o contingenciamento de verbas] vai ser pequeno. Não vai. Vai ser um e aí eu dou o conceito, não o número: nem tão grande que não seja necessário, nem tão pequeno que não seja efetivo, que não provoque nada. Ele tem de ser absolutamente adequado”, disse em entrevista em Brasília nesta quinta (21).

A presidenta negou a possibilidade de paralisia no governo com o corte de verbas. Dilma comparou a economia do país à de uma casa. “Nenhum contingenciamento paralisa governo, o governo gasta menos em algumas coisas. É isso que acontece, é como em uma casa, quando a pessoa faz economia ela não paralisa a casa, ela faz economia. Nós vamos fazer uma boa economia para que o país possa crescer e possa ter sustentabilidade no crescimento”.

No início desta semana o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o contingenciamento deverá ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. A lei orçamentária de 2015 estipula para esta sexta-feira a data limite para publicação, no Diário Oficial da União, do decreto de contingenciamento (bloqueio) de verbas não obrigatórias.

Os cortes são necessários para garantir o cumprimento da meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) neste ano. A cada dois meses, a partir do decreto, o contingenciamento será revisado com base nas estimativas de arrecadação e das projeções de crescimento da economia.

FMI

A presidenta Dilma Rousseff e a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Chistine Lagarde, estiveram reunidas no Palácio do Planalto. Elas conversaram, entre outros assuntos, sobre “os benefícios econômicos” de uma relação mais estreita entre o Mercosul e a União Europeia.

Em breve declaração à imprensa após a reunião, a diretora do FMI disse que teve com Dilma uma “boa troca de pontos de vista” sobre o atual momento da economia global. “[Discutimos] questões de desdobramento regional, bem como o potencial, a possibilidade de uma relação comercial mais estreita entre esta região, digo Mercosul, e a União Europeia, e os benefícios econômicos que disso adviriam”, disse.

O encontro, no Palácio do Planalto, ocorreu logo após Chistine Lagarde se encontrar com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Além de Levy, participaram da audiência com Dilma, no Palácio do Planalto, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O meio ambiente também foi tema das conversas durante a reunião. “Discutimos cabalmente também as questões relativas à mudança do clima, à agenda de mudança do clima e questões afins que exigem um tratamento urgente em escala global”, afirmou Chistine Lagarde em inglês, conforme tradução oficial do Palácio do Planalto.

*Com Agência Brasil


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