Quem está procurando emprego no comércio varejista e de serviços pode ficar um pouco mais apreensivo. Pesquisa do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) informa que nove em cada dez empresas desses setores não estão contratando funcionários temporários e não pretendem fazer isso mesmo com a chegada do fim de ano e a proximidade das festas.
A razão, diz o estudo, é a queda nas vendas, a falta de confiança e a previsão cada vez mais pessimista para ao desempenho da economia nos próximos meses. A decisão dos empresários acaba sendo o de evitar aumento de custos trabalhistas e congelar investimentos.
A pesquisa consultou 1.168 empresas nas capitais de todo o Brasil nas principais cidades do interior. Quase metade das companhias consultadas aposta que a atual equipe de trabalho será suficiente para atender a demanda, já que a perspectiva de vendas despencou este ano.
O estudo indica que esse pessimismo se deve muito à queda no faturamento do trimestre encerrado em agosto, abaixo do esperado para 48% das empresas. Mudanças na política e no cenário econômico (53%), desemprego (47%) e a diminuição do poder de compra das famílias (45%) as razões apontadas para o desempenho mais fraco.
“Os empresários entendem claramente que o ambiente econômico desfavorável inibe o consumo e faz com que muitos consumidores repensem seus hábitos de compra, a fim de enfrentar a crise”, explica a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.
De acordo com o SPC, 57,3 milhões de consumidores brasileiros não conseguiram pagar dívidas bancárias, como financiamento de carros e imóveis, ou contas de luz, água e telefonia.
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