Crise? Que crise?

Foto: Ingimage
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Se há um segmento da atividade econômica que tem se saído muito bem, a despeito da atual crise e do vaivém do dólar, é o de empresas de e-commerce. O Elo7 é um exemplo notável. O site reúne, em 15 categorias, produtos de artesanato. A oferta – provida por 60 mil vendedores – vai de acessórios, jogos, lembrancinhas, roupas, entre tantos. Segundo Carlos Curioni, CEO da empresa, o site cresceu nada menos do que 127% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2014.

“Hoje, depois de sete anos que abrimos o site, temos cerca de 1,5 milhão de clientes cadastrados”, diz Curioni. O negócio foi viabilizado, então, pelos recursos de dois fundos de investimento. Conta hoje com 100 funcionários.

O Elo7 não tem centros de distribuição. Firmou um contrato com os Correios e o vendedor faz a remessa com preço até 50% menor do que o regular. Neste semestre, lançou aplicativos para IOS e Android.

O executivo credita o sucesso do empreendimento a alguns fatores. Primeiro, ainda há muito espaço para o crescimento das vendas por internet. Em segundo lugar, a alta do dólar favoreceu a companhia, uma vez que as famílias que viajavam para os Estados Unidos para comprar enxoval, por exemplo, voltaram-se para o mercado interno. Por fim, com a crise, muitas pessoas passaram a vender artesanato para complementar renda.

Outro exemplo bem-sucedido é do site Tricae, especializado em produtos para bebês e crianças. O crescimento das vendas no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2014, foi de 96%.

A co-CEO da empresa, Juliana Duarte, explica o pulo do gato. “O comércio virtual está crescendo muito. As pessoas estão mais seguras de comprar online. Além disso, mais consumidores agora têm acesso à internet.”

Outra estratégia foi oferecer a Tricae em aplicativos para celulares. “Em abril do ano passado, no máximo 10% das compras eram feitas por smartphones. Agora, já passam de 30%”, afirma. Segundo sua observação, a maior parte das compras foi feita pelo aplicativo Android, instalado em aparelhos mais baratos do que o iPhone (IOS), o que mostra o crescimento da classe C entre sua base de clientes.

A empresa tem três anos de existência e abriga 1 milhão de clientes que já fizeram compras, além de ter 2,5 milhões de fãs no Facebook. A executiva acredita que a variedade do seu portfólio atrai compradores de todas as faixas de renda, “desde um carrinho de R$ 139,00 até R$ 3.000,00”. Para este ano, Juliana pretende oferecer produtos para grávidas e mães.

O caso da KabuM! também é notável. Em 2003, Leandro Ramos, irmão de Thiago Ramos, tinha uma lojinha de produtos de informática e eletrônicos na cidade de Limeira (SP). Associaram-se, fecharam a loja física e abriram o site – hoje, o maior e-commerce da área no País.

Por meio de cinco centros de distribuição (quatro em Limeira e um no Espírito Santo), o site tem cadastradas 2,5 pessoas físicas e 160 mil empresas. Emprega 400 funcionários.

O faturamento da KabuM! cresceu 64% no primeiro trimestre, a despeito da alta do dólar. “É claro que a volatilidade atrapalha nossa vida. Mas temos um imenso estoque e conseguimos driblar os picos do câmbio”, diz Thiago Ramos. São 640 mil itens de 17 mil produtos, segundo o CEO da companhia. O próximo desafio? Desenvolver o site de cosméticos e perfumes, inaugurado em 2014.


Comentários

Uma resposta para “Crise? Que crise?”

  1. O E-Commerce não para de crescer. Otimo artigo amigo, parabéns!

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