A Artemisia, organização sem fins lucrativos, tem como missão inspirar, capacitar e potencializar talentos e empreendedores. Fundada em 2004, seu papel é acelerar empresas que apresentam soluções para os problemas sociais do País. Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da entidade, seu alvo são startups que tenham como foco baixa renda e causem impacto social positivo. Brasileiros mostra nesse mês quatro desses casos. O primeiro retratado foi Felipe Cunha, da Tô Garantido.
Orestes Maciel, da MultiOrto
Houve um tempo em que uma das iniciativas do governo federal foi distribuir dentaduras à população carente. É evidente a melhora da autoestima de qualquer pessoa que possa exibir um sorriso desavergonhado. Formado em 2000 em Odontologia, Orestes Maciel criou, em 2004, o MultiOrto. Seu objetivo é atender à demanda de clientes de baixa renda, em larga escala, principalmente na região Nordeste. O paciente paga apenas o eventual aparelho ortodôntico que precisará usar, além das radiografias. Ao custo de R$ 50 ao mês, o tratamento – que inclui limpeza, restauração e aparelhos corretivos — costuma durar de 24 a 36 meses. Hoje, há 46 dentistas que trabalham em 20 clínicas da rede. O impacto social é muito grande, afirma Maciel. “No Brasil, 11% das pessoas nunca foram ao dentista e apenas 40% frequentaram consultórios nos últimos 12 meses. Desde a inauguração da primeira clínica, Maciel estima de 50 mil pessoas tenham sido atendidas. O proprietário da MultiOrto avalia que há um grande mercado ainda a ser desbravado. E existem investidores dispostos a apoiar ideias inovadoras. Pesquisa realizada com o apoio da Artemisia identificou 28 investidores ávidos por aventuras responsáveis, com cacife entre US$ 89 milhões e US$ 127 milhões, para os setores de inclusão financeira, educação, serviços de saúde e energia renovável, entre outros.
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