Dúvidas sobre a reforma ministerial e incertezas quanto à aprovação pelo Congresso do pacote econômico sugerido pela presidenta Dilma Rousseff formam o clima para a piora nos indicadores econômicos no Brasil. A terça-feira (22) inicia com o dólar rompendo a barreira dos R$ 4, a prévia da inflação para o ano é a maior desde 2003. A consequência é que o brasileiro fechou a carteira e decidiu consumir menos.
Os R$ 4 da cotação nominal do dólar na manhã de hoje já é a mais alta desde a criação do Plano Real, em 1994. Naquela época, no entanto, R$ 4 equivaleria a R$ 12,75 em valores atuais. Às 9h20, a cotação estava em R$ 4,0264. Ontem, apesar da intervenção do Banco Central (BC), a moeda norte-americana fechou o dia com alta de 0,57%, vendido a R$ 3,981. O recorde para o fechamento da moeda ocorreu em 10 de outubro de 2002, quando atingiu R$ 3,99.
Já a prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), acumula uma taxa de 9,57% no período de 12 meses. Segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial acumula taxa de 7,78% no ano, a maior desde 2003 (8,46%).
Esse clima já é sentido pelo brasileiro, que decidiu gastar menos. A intenção de consumo das famílias, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), teve queda de 2,4% em setembro, na comparação com agosto. Em relação a setembro do ano passado, o recuo chegou a 34,5%.
O indicador teve a oitava queda consecutiva e segue no menor patamar desde o início da série histórica, em 2010. Na comparação com setembro de 2014, as maiores reduções foram observadas no momento para a compra de bens duráveis (-51,8%) e na perspectiva de consumo (-50,4%).
*Com Agência Brasil
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