Para o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, a economia do País não está em recessão, mas em colapso: “Ela perde 9% em arrecadação de impostos por mês. Não vi paralisia tão grande na minha carreira”, afirmou durante sua participação no Seminário Rumos da Economia, promovido nesta sexta-feira (6) pela revista Brasileiros em São Paulo.
Segundo ele, as manifestações de 2013 impuseram pautas incontroláveis, que derrubaram a popularidade de governo Dilma Rousseff e fizeram com que passássemos a viver uma crise de representação que culminou no atual cenário político e econômico, com solução indefinida e uma sociedade dividida. A saída pelo impeachment, segundo ele, coloca em jogo os rumos do País nas próximas décadas:“Não é simplesmente uma troca de governo. Não temos um projeto nacional que oriente o crescimento deste País e atenda a sociedade.”
Celestino também demonstrou preocupação com o futuro de setores estratégicos para saúde econômica do País. “A Petrobras é âncora do nosso desenvolvimento industrial e o Pré-Sal está em jogo. Vão apressar para entregá-lo, se conquistarem o poder. Essa crise da corrupção também está levando à destruição de grandes empresas de engenharia. Não sou favorável à corrupção, mas não posso me calar diante da ameaça dessas empresas serem destruídas porque isso impossibilitará investimentos privados em infraestrutura. Estamos jogando fora a criança, a água e a bacia”, conclui.
O seminário Rumos da Economia acontece todo ano. Promovido pela Revista Brasileiros, tem por objetivo discutir o cenário econômico do presente e apontar os caminhos para o desenvolvimento do País.
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