Fortune: “Porque a queda de Dilma não vai salvar Brasil”

Artigo da Furtune sobre a vida econômica pós-impeachment - Foto: Reprodução
Artigo da Furtune sobre a vida econômica pós-impeachment – Foto: Reprodução

Será que o impeachment vai resolver os meses de aguda turbulência política e econômica no Brasil? A pergunta quem faz é a Fortune, revista americana de negócios. Ela mesmo responde: “A resposta curta: não”.

Contra o pano de fundo de uma economia global desfavorável, uma combinação de profunda recessão, desequilíbrio fiscal, escândalo de corrupção em curso e a briga política habitual constitui o que muitos chamam de uma tempestade perfeita, escreve a publicação. “Enquanto o fim de um longo processo de impeachment trará algum alívio, o próximo governo continuará a enfrentar uma difícil batalha para colocar o País de volta nos trilhos.”

No plano econômico, diz o texto, há dois desafios principais. O primeiro é colocar em ordem as finanças. O fim do “superciclo das commodities” e vários anos de má gestão macroeconômica “tiveram suas consequências”. “Qualquer tentativa significativa para corrigir o curso exigirá reformas estruturais para limitar os gastos, reduzir direitos, e aumentar os impostos”, defende a revista, assumidamente conservadora. “Essa agenda impopular vai enfrentar as dificuldade de um Congresso fragmentado.”

O segundo desafio econômico será a recuperação da confiança dos investidores. Com pouco dinheiro à disposição, “Temer vai precisar recorrer ao setor privado” a fim de aumentar os investimentos e estimular uma recuperação econômica. “Consequentemente, um impulso muito necessário de credibilidade vai exigir reformas para melhorar o ambiente de negócios para os investidores. Energia e infraestrutura logística serão dois setores que terão de enfrentar mudanças nos próximos meses.”

Essa reforma econômica, no entanto, aconteceria em um ambiente político “muito complicado”. Os escândalos de corrupção que atingiu boa parte da classe empresarial continuará lançando uma sombra sobre ela. Para a revista, as investigações da Lava Jato trarão incertezas quanto à sobrevivência de Temer, tornando difícil projetar a confiança do mercado.

Seja como for, Temer vai liderar um governo de transição antes da eleição presidencial de 2018. “Quem ganhar, terá de continuar com uma ambiciosa agenda de reformas”, defende a revista. “Se há uma fresta de esperança, é que a tempestade perfeita do Brasil pode ter começado a acabar. Com o fim da saga do impeachment, o pior da crise no País pode ficar no passado. O sucesso dos Jogos Olímpicos no Rio, depois de muita preocupação, também ajudou a elevar o moral. Para Temer, no entanto, o jogo de governar de verdade vai começar agora.”


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