A crise econômica, que no Brasil divide as manchetes com a política, faz vítimas na maioria dos setores da economia, como a automobilística, que está vendendo menos carros este ano do que nos anteriores. No mês passado, no entanto, as vendas surpreenderam tanto no mercado interno quanto no externo: a comercialização de veículos cresceu 22,1% em relação a fevereiro, de acordo com a Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Esse aumento não pode ser explicado apenas pelo maior número de dias úteis em março (22) em relação a fevereiro (19), já que o volume diário de emplacamentos também subiu de 7,72 mil para 8,14 mil, como informou, dias antes, a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Ao todo, os emplacamentos saltaram de 122.734 para 147.655, alta de 20%. A venda de comerciais leves passou de 19.367 para 25.620 (32%), enquanto o emplacamento de motos variou 19%, de 3.823 para 4.820.
Quando o assunto é produção de veículos, o crescimento foi de 42,6% no período: saíram das linhas de montagem 195,3 mil veículos no mês passado, contra 136,9 mil no mês anterior.
O incremento das vendas no mercado interno não foi a única novidade. O setor também se beneficiou do incremento das exportações. As vendas externas nos três primeiros meses de 2016 acumulam 98,9 mil unidades, 24% superior ao do ano passado, quando 79,8 mil unidades foram exportadas.
A elevação nas exportações têm sido consistente: em março, 38,6 mil unidades foram exportadas, o que indica uma alta de 5,7% ante as 36,5 mil unidades de fevereiro e de 19,8% contra as 32,2 mil de março do ano passado.
Para a Anfavea, no entanto, os licenciamentos no mercado doméstico ainda ficaram abaixo dos números de 2015, quando a crise econômica e política começava a ganhar corpo. Foram licenciados no primeiro trimestre 481,3 mil veículos, retração de 28,6% na comparação com as 674,4 mil unidades vendidas nos três primeiros meses de 2015.
O presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Junior, queria mais. A culpa, diz ele, é da crise política: “Esperávamos que houvesse uma elevação maior […] Isto é resultado da falta de confiança ocasionada pelas questões políticas vivenciadas pelo País”.
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