Inflação brasileira em março foi a maior da América do Sul

O Brasil registrou, em março, a inflação mais alta comparada com a taxa dos países da América do Sul, exceção feita a Argentina, que não divulgou os dados do mês passado até esta quinta-feira (9), e da Venezuela, que só informou as estatísticas do ano passado. Em março, a inflação brasileira subiu 1,32%, segundo tabela publicada nesta quarta-feira (8) pelo IBGE. No acumulado do ano, o Brasil só fica atrás do Uruguai em taxa inflacionária – o vizinho registra 4,06% frente ao 3,83% do País. No acumulado dos últimos doze meses, o Brasil também fica na segunda posição, atrás apenas da Argentina, que registrou 18% entre os meses de fevereiro de 2014 e fevereiro de 2015.

O Equador teve a menor inflação da América do Sul em março: 0,41%, seguido da Bolívia, que registrou taxa de 0,49% no mês passado. No acumulado do ano, porém, os bolivianos detêm a menor taxa: 0,81%. 

Em março, o FMI divulgou que a expectativa de crescimento da América Latina (incluindo os países da América Central e do Caribe) é de de 1,3% para 2015, quase igual a 2014. O diretor do organismo para a região, Alejandro Werner, disse recentemente ao jornal espanhol El País, que a queda do preço das commodities foi determinante para o momento econômico negativo da região. “Um crescimento de 1,3% é bastante baixo. Vínhamos de níveis de 4%. É o reflexo do ajuste na América do Sul à queda do preço das commodities – minérios e produtos agropecuários – após um período de crescimento sustentado; ao efeito negativo da queda do petróleo; e ao fim do impulso reformista dos anos noventa. Esse impulso não se manteve, e seu efeito se esgota”, disse.

Motivações

A taxa de inflação do Brasil divulgada na quarta-feira também é a maior desde fevereiro de 2003, quando o IBGE registrou inflação de 1,57% no País.

De acordo com o instututo, mais da metade do índice de março é resultado dos reajustes na área de energia elétrica, cujo aumento médio de 22,08% gerou 0,71 ponto percentual de impacto na inflação do mês. “Com a entrada em vigor, a partir de 2 de março, da revisão das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ocorreram aumentos extras, fora do reajuste anual, para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia”, diz um trecho do relatório da instituição.

Ainda segundo o IBGE, a alta da gasolina também fortaleceu a taxa de inflação brasileira no mês: o aumento no combustível foi de 1,26%, ainda refletindo uma parte do reajuste nas alíquotas do PIS/COFINS que entrou em vigor em primeiro de fevereiro. Com isto, o litro do combustível totaliza 9,80% de aumento médio neste ano.

Veja a taxa de inflação dos países da América do Sul:

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 Argentina (Datos Macro)

Mês de fevereiro*: 0,9%
Acumulado do ano: 2,01%
Acumulado dos últimos doze meses: 18%

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 Uruguai (Instituto Nacional de Estadistica – Uruguai)

Mês de março: 0,7%
Acumulado do ano: 4,06%
Acumulado dos últimos doze meses: 7,55%

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 Brasil (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Mês de março: 1,32%
Acumulado do ano: 3,83%
Acumulado dos últimos doze meses: 8,12%

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 Chile (Instituto Nacional de Estadistica – Chile)

Mês de março: 0,6%
Acumulado do ano: 1,01%
Acumulado dos últimos doze meses: 4,20%

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 Bolívia (Instituto Nacional de Estadistica – Bolívia)

Mês de março: 0,49%
Acumulado do ano: 0,81%
Acumulado dos últimos doze meses: 4,75%

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 Peru (Banco Central Reserva de Peru)

Mês de março: 0,76%
Acumulado do ano: 1,24%
Acumulado dos últimos doze meses: 3,02%

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 Equador (Instituto Nacional de Estadística y Censos)

Mês de março: 0,41%
Acumulado do ano: 1,63%
Acumulado dos últimos doze meses: 3,76%

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 Colômbia (Dane)

Mês de março: 0,59%
Acumulado do ano: 2,40%
Acumulado dos últimos doze meses: 4,56%

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 Venezuela (Banco Central de Venezuela)

Mês de dezembro**: 5,3%
Acumulado de 2014: 68,5%

*A Argentina não divulgou a inflação de março até está quinta-feira (9)
** A Venezuela informou, em fevereiro, o último dado de inflação, do ano passado


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