Embora a presidenta Dilma Rousseff tenha negado na quarta-feira (2) que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tenha perdido apoio no governo, os rumores de que ele pode cair fizeram o dólar disparar nesta manhã, atingindo R$ 3,81, o maior patamar em 13 anos.
A própria presidenta decidiu convocar a imprensa na tarde de ontem para garantir a permanência de seu ministro. “Levy não está desgastado dentro do governo. Ele participou conosco de todas as etapas da construção desse Orçamento [para 2016]”, disse ela na coletiva. “Ele tem o respeito de todos nós.”
O discurso não convenceu. Levy teria se enfraquecido depois de perder a queda de braço com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que, em nome da “transparência”, defendeu a apresentação do Orçamento Geral da União, na segunda-feira (31), admitindo um rombo de R$ 30,5 bilhões.
Mas essa não é a única razão para a disparada da moeda americana, que desde outubro de 2002 não atingia esse preço. O vice-presidente Michel Temer teria se sentido excluído das discussões sobre a reforma administrativa e a volta da CPMF e preferiu se afastar de vez da articulação do governo com o Congresso, desde o início do ano em crise com o Planalto.
A desaceleração econômica da China também pressiona a alta do dólar, uma vez que as Bolsas asiáticas estariam enfrentando dificuldade cada vez maior para se valorizar, uma vez que a maioria de suas ações está atrelada às commodities, agora menos demandadas pelos chineses.
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