O drama da Petrobras: petróleo iraniano e dívida nas alturas colocam a estatal nas cordas

Estatal espera produzir 2,185 milhões de barris por dia em 2016 - Foto: EBC
Estatal espera produzir 2,185 milhões de barris por dia em 2016 – Foto: EBC

O clima de pessimismo para algumas empresas de petróleo é ainda mais pesado na brasileira Petrobras. Depois de passar 2015 sob os holofotes da Operação Lava Jato, que revelou casos de corrupção na estatal, a oferta mundial de petróleo aumentou neste início de ano com o afrouxo do embargo econômico dos Estados Unidos ao Irã, derrubando os preços dos combustíveis em todo o mundo.

A maior prejudicada, no entanto, é a brasileira, que viu suas ações despencaram. A principal delas, a ação PN, escorregou 7,16% na segunda-feira (18), atingindo R$ 4,80, a menor cotação desde novembro de 2003. O resultado é a depreciação da empresa, hoje avaliada em R$ 74,5 bilhões, quase um sétimo do que valia em maio de 2008, segundo a empresa de informações financeiras Economática.

Os analistas de mercado atribuem a nova queda ao afrouxo do embargo econômico por parte dos Estados Unidos ao Irã, o que vai despejar petróleo por todo o globo. Esses especialistas dizem que a Petrobras é a mais afetada em razão de sua alta dívida, uma das maiores do setor, informa o jornal O Estado de S. Paulo. O valor bruto atingiu no 3º trimestre de 2015 o nível recorde de R$ 506,5 bilhões.

Como consequência, os investidores preferem tirar dinheiro da estatal brasileira que de outras empresas como Exxon, Shell e Chevron, mais saudáveis financeiramente. Essa dívida foi contraída pela Petrobras nos tempos de vacas gordas, quando projetava exportar e vender mais petróleo do que de fato conseguiu. Agora está endividada e com menos receita em razão da queda no preço mundial do insumo, avalia o analista da corretora Planner, Luiz Caetano.


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