O professor titular de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), Luiz Gonzaga Belluzzo, acredita que a tendência é que o desemprego no Brasil aumente ainda mais no segundo semestre deste ano. Nesta quinta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a desocupação no País no trimestre encerrado em fevereiro foi de 7,4%, o que representa cerca de 7,5 milhões de desempregados no País.
“Com a desaceleração da economia e as medidas de ajustes, o aumento do desemprego é inevitável. Nós vamos chegar a uma taxa de desemprego de 10%, 12% já no segundo semestre”, afirmou à Brasileiros. Ele também citou a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e as dificuldades da indústria automobilística como contribuintes para o aumento da taxa de desocupação. “Teve um peso muito grande o fato de empresas automobilísticas tentarem manter o emprego com férias coletivas. Não deu pra aguentar. Tem a ver também com a queda de atividades, que está acontecendo na Operação Lava Jato: empresas estão em recuperação judicial ou em dificuldades financeira, projetos não são aprovados, encomendas são canceladas…” completou.
Os dados divulgados nesta quinta-feira indicam que a taxa de desocupação cresceu 0,9 pontos percentuais entre o trimestre encerrado em fevereiro (dezembro, janeiro e fevereiro) e os meses de setembro, outubro e novembro do ano passado, quando o registro de desemprego foi de 6,5%. A taxa de pessoas desocupadas aumentou, portanto, 14,7%: de 6,45 milhões de desempregados no primeiro período para 7,4 no último analisado. O IBGE também divulgou que a renda média do trabalhador brasileiro neste período foi de R$ 1.817,00, um aumento de 1,3% em relação ao trimestre encerrado em novembro, quando esse valor era de R$ 1.793,00.
Ainda foi anunciado o rendimento médio real do brasileiro, que ficou em R$ 1.817, cerca de 1% maior que a última pesquisa realizada que computou R$ 1.793 de renda média. As taxas divulgadas são calculadas de forma trimestral, sendo que estes números são resultados a partir das informações coletadas em dezembro, janeiro e fevereiro.
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