Perdeu o emprego na recessão? Veja dez dicas para empreender na crise

Empreendedorismo no Brasil cresce em tempos de recessão
Empreendedorismo no Brasil cresce em tempos de recessão

Se por um lado o desemprego avança, por outro, o número de pessoas empreendendo não para de crescer. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o número de profissionais autônomos no Brasil aumentou 4,6% entre abril e junho deste ano em comparação ao mesmo período de 2014. São 22 milhões de pessoas empreendendo no País.

Mas a opção de virar empreendedor não é tão simples. Para auxiliar as pessoas que pensam em criar o seu próprio negócio e tempos de recessão, reunimos dez dicas de empreendedores que resolveram alçar voo sol:

Acredite no próprio negócio

Começar o próprio empreendimento pode dar um frio na barriga no primeiro momento, mas é preciso persistir e acreditar no empreendimento, diz Tiago Delgado, sócio-fundador da plataforma Medicina Direta, especializada em gestão de clínicas. “É fundamental acreditar na empresa e prepará-la para a chegada do cenário econômico favorável”, afirma.

Entenda o mercado em que vai atuar

Não é possível criar o seu próprio negócio sem antes entender a sua viabilidade e aceitação no mercado, diz André Pontual, sócio-fundador da NoBeta, startup especializada em segmentação de anúncios. “O primeiro ponto é entender a sua ideia, medir o tamanho do mercado, as possibilidades de aplicação e qual é a forma mais rápida de fazer o seu negócio começar a dar dinheiro.” 

Resiliência

Nessa nova etapa, muita adversidade será enfrentada. Mas nem por isso o empreendedor deve desistir, avalia Guillermo Reid, CEO e cofundador da desenvolvedora de soluções tecnológicas para seguradoras WDEV. “Empreender requer otimismo para os ‘nãos’ ao longo do caminho. É preciso ser adaptativo, ágil.”

Estude a concorrência e os clientes

Requisito básico para qualquer empreendedor é conhecer a sua concorrência e como fidelizar os clientes, avisa Augusto Lins, diretor da Stone, adquirente de meios de pagamentos. “Conheça os pontos fortes e fracos dos concorrentes e as oportunidades e ameaças que seu negócio irá enfrentar com a competição”, diz Lins. “Atenda seu cliente da melhor forma possível. Coloque ele em primeiro lugar. Você só fideliza o cliente quando cria um relacionamento com ele.” 

 Despesas

Em momentos de baixa da economia, planejar as despesas e reduzir os custos ao máximo é essencial, de acordo com Felipe Cataldi, sócio-fundador da plataforma de gestão para empresas de comércio eletrônico Betalabs. “Foco em execução é essencial, mas o empreendedor não pode se perder nos problemas diários e deixar de pensar no crescimento da empresa. Sem planejamento e visão de futuro a empresa pode estagnar”, avalia.

Imóvel e equipe

Caso o empreendedor tenha capital para alugar uma sala comercial e contratar colaboradores no início do negócio, o momento de crise pode ajudá-lo nessa empreitada, diz Tiago Delgado, da Medicina Direta. “Em momentos de depressão econômica os aluguéis comerciais tendem a cair de preço. Pode ser um bom momento para conseguir uma boa localização”, acredita o empreendedor. “Outro fator que pode ajudar em momentos de crise é a contratação da equipe. Com a economia patinando, normalmente o acesso a talentos e mão de obra se torna mais fácil.” Ou mais barato.

Acompanhe os números

A partir do momento que o pontapé inicial no negócio foi dado, é preciso acompanhar os resultados para avaliar o andamento do empreendimento. “Meça e conheça sua operação no detalhe. Seja obcecado por saber o resultado e retorno de cada ação que sua empresa faz”, diz Augusto Lins, da Stone.

Considere o investimento inicial

Para quem resolveu criar seu próprio depois de perder o emprego, é preciso considerar que todo custo inicial do empreendimento virá do próprio bolso, alerta André Pontual, da startup NoBeta. “Uma vez desempregado, as condições de empréstimos diminuem consideravelmente e as necessidades financeiras da empresa – dos custos de abertura de uma empresa ao aluguel – sairão do seu bolso”, diz. “Por experiência própria posso dizer que o gasto muito superior ao esperado não é falta de organização. Faz parte das necessidades do dia a dia de uma empresa, das quais não temos como fugir por mais que gostaríamos”, resume.      

Escolha bem os sócios

Empreender nem sempre pode ser uma opção individual e muitas vezes somar forças pode ser uma boa opção. Mas é preciso ter cuidado, diz Felipe Cataldi, da Betalabs. “Recomendo a todos encontrar aliados, pois diferentes perfis complementares geram uma enorme sinergia que traz insights mais assertivos para o negócio.”

Não tenha medo de errar

No começo, falhas poderão ser cometidas até acertar o ponto. Portanto, estar sujeito a erros é normal para qualquer negócio e todos devem ser considerados, avalia Augusto Lins, da Stone. “Não tem problema errar. Como diz a máxima, é errando que se aprende. Tolice é cometer o mesmo erro novamente. Aproveite as falhas para aprender e corrigir processos”, conclui.


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