PIB do Brasil deve cair 2,8% e FMI revê crescimento global

A expectativa de inflação também aumentou: de 9,34% para 9,46%.
A expectativa de inflação também aumentou: de 9,34% para 9,46% – Foto: EBC

A queda na recuperação da economia dos países emergentes vai impelir o FMI (Fundo Monetário Internacional) a rever para baixo a previsão de crescimento da economia global para este ano e para o próximo. No Brasil, a queda deve ser de 2,8% em 2015 e de 1% em 2016, segundo estimativa do boletim Focus, publicação semanal do Banco Centra.

 Por aqui, a estimativa de déficit em transações correntes – compras e vendas de mercadorias do Brasil com o resto do mundo – passou de US$ 71 bilhões para US$ 70 este ano. A balança comercial deve apresentar superávit de US$ 11 bilhões, contra US$ 10 bilhões previstos na semana passada, enquanto o investimento estrangeiro no País deve chegar a US$ 65 bilhões.

Na semana passada sa estimativas de encolhimento da economia eram 2,7%, em 2015, e 0,8%, no próximo ano. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 6,65%, este ano. Na semana passada, a projeção de queda era 6,45%. As instituições financeiras não esperam mais por recuperação do setor no próximo ano. A projeção para a produção industrial passou de crescimento de 0,2%, na semana passada, para retração de 0,6%, na pesquisa divulgada hoje.

A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano foi ajustada de R$ 3,86 para R$ 3,95. Para o fim de 2016, a projeção segue em R$ 4.

O encolhimento da economia vem acompanhada de expectativa de inflação cada vez mais alta. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi ajustada de 9,34% para 9,46%.

Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. No início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 14,25% ao ano.

FMI

As más notícias não se restringem ao Brasil. Em entrevista publicada hoje pelo jornal econômico francês Les Echos, a diretora-gerente, Christine Lagarde, disse que a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, de 3,3% para este ano, “já não é realista”, assim como também não é a perspectiva de aumento de 3,8% para 2016. De qualquer forma, as novas estimativas vão continuar “acima do limiar de 3%”.

A diretora do FMI explicou que está sendo observada uma oscilação entre os países emergentes e os desenvolvidos, porque enquanto os primeiros, que puxavam o crescimento, estão agora caindo, os outros aceleram o ritmo.

Sobre a China, Lagarde afirmou que a desaceleração “bem gerida é uma boa notícia, desde que se consiga antecipar e integrar”. Ela acredita que o Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (FED, a sigla em inglês) ouviu o FMI ao manter as taxas de juros e ao aguardar a consolidação da recuperação dos Estados Unidos, antes de iniciar a inversão de sua política monetária.

“Não há razão para ter pressa”, especialmente porque, se o FED tivesse de voltar atrás, “isso seria mais destrutivo do que um movimento retardado”, disse.

A diretora do FMI considera necessário impulsionar a atividade global e manter a atual política monetária, mas acrescenta que isso não é suficiente. Para ela, alguns países do euro, como a Alemanha e a Holanda, deveriam utilizar essa política para estimular o consumo.

Lagarde negou, contudo, que haja demasiada austeridade na zona do euro, desde que o esforço de ajuste no orçamento não exceda os 0,3% do PIB.

*Com Agência Brasil


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.