Skaf diz a Temer que Levy será lembrado como o “ministro do Desemprego”

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Ao lado esquerdo de Paulo Skaf (com o microfone), o vice-presidente Michel Temer em jantar com 22 empresários

A intenção do governo Dilma Rousseff de pedir ao Congresso a volta da CPMF (o imposto sobre movimentação financeira) e a proposta de acabar com os incentivos fiscais à folha de pagamento das empresas foram a gota d’água para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf. Em jantar oferecido ao vice-presidente Michel Temer na noite de quinta-feira (27), o candidato do PMDB derrotado ao governo de São Paulo nas eleições de 2014 afirmou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entrará para a história como o “ministro do Desemprego”.

Depois de se encontrar com Temer e 22 grandes empresários, Skaf declarou à imprensa que o seu “voto de confiança” no ministro da Fazenda acabou no momento em que ele sugeriu o fim da desoneração sobre as folhas salariais na Indústria. Para o empresário, a medida deve agravar o desemprego, que já tirou 500 mil pessoas do mercado de trabalho este ano.

De acordo com o peemedebista, Levy é “insensível” ao supostamente acreditar que “desemprego não é problema”.  “Se continuar assim, o ministro da Fazenda vai ser o ministro do Desemprego”, declarou. 

Outra crítica de Skaf foi à “absurda proposta”, anunciada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, de reativar a CPMF, sob o nome de Contribuição Interfederativa para a Saúde, com alíquota de 0,38%. “Não tem o mínimo sentido criar uma contribuição para a Saúde. […] Nós vamos bombardear no Congresso esta iniciativa do governo ou qualquer outra que esteja ligada ao aumento de impostos.” 

Ajuste Fiscal

Skaf também reservou críticas ao ajuste fiscal como um todo. Ele condenou “medidas que esfriam a economia e aumentam o desemprego”, derrubando a arrecadação. “Em vez de reduzir despesas e aquecer a economia, faz o contrário: aumenta juros, acaba com o crédito e eleva os impostos. Isso esfria mais a economia, e a receita cai de novo. E nunca conclui o ajuste fiscal.”

Ainda de acordo com o presidente da Fiesp, Levy teria escolhido o “caminho mais cômodo, de aumento de impostos”, despertando a ira da população e dos setores produtivos. O resultado é a baixa credibilidade do governo. “A crise econômica é quase um efeito. A causa principal é a crise política, que leva à falta de credibilidade e à insegurança.”


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