Com uma propaganda de forte apelo antibancos, uma start-up criada em 2011 no Reino Unido, a Transferwise, criou um sistema em que o dinheiro é transferido entre países, mas sem cruzar a fronteira. A operação no Brasil começou neste ano, e as operações vêm ganhando clientes em razão das altas tarifas cobradas pelos bancos para o envio de remessas ao exterior.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Transferwise desenvolveu um algoritmo que funciona como uma espécie de Tinder (um aplicativo de relacionamento) cambial, casando a necessidade de dólares de um brasileiro com a de reais de um americano, por exemplo. Se uma pessoa física no Brasil precisa enviar US$ 30 aos EUA, ela vai depositar cerca de R$ 100 na conta brasileira da Transferwise. Enquanto isso, um americano que quer enviar R$ 100 ao Brasil deposita US$ 30 na conta americana da empresa.
Com a quantia em cada uma das contas, a start-up faz os recursos chegarem aos destinatários. O problema surge quando há grande fluxo em um sentido, e não no outro, o que aumenta o tempo de espera para a efetivação da transação. A Transferwise está no país desde o início do ano e tem autorização do Banco Central para atuar no mercado de câmbio.
A empresa cobra 2,5% de tarifa sobre o valor enviado, no qual está embutida a taxa de 0,38% de IOF exigida pela legislação. A quantia é depositada por boleto bancário. Há duas limitações na operação: as transferências só podem ocorrer entre pessoas físicas e brasileiros podem enviar no máximo o equivalente a R$ 10 mil (cerca de US$ 3.000) por transação.
Entre os bancos, as tarifas para esse tipo de transação partem de R$ 90, mais IOF. Em termos de taxa, a Transferwise é vantajosa em comparação aos bancos para enviar até cerca de R$ 3.600 para o exterior.
Não há desconto de Imposto de Renda retido na fonte porque a Transferwise presume que a finalidade da transferência seja a manutenção de dependente no exterior (um tipo de remessa que a lei isenta de tributação). Segundo o jornal, isso também desobriga a start-up de exigir que o cliente apresente uma documentação que comprove que o dinheiro está sendo enviado com esse propósito. Os principais destinos das remessas de brasileiros são Irlanda, Portugal, Espanha e Austrália, disse White.
Os Correios também oferecem transferência para 26 países por meio do serviço de vale postal eletrônico internacional. A taxa cobrada é de R$ 35 mais 1,5% do valor da remessa, e só é permitida para manutenção de dependente no exterior. Para efetuar o envio, o remetente deve ir a uma agência dos Correios no Brasil. O dinheiro chega lá fora em uma agência do correio local, onde deverá ser buscado.
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