Trabalhadores da Mercedes revertem demissões e encerram greve

Trabalhadores se reúnem e decretam greve na Mercedes. Foto: Adonis Guerra/SMABC
Trabalhadores se reúnem e decretam greve na Mercedes. Foto: Adonis Guerra/SMABC

Em assembleia realizada na manhã de hoje (31) os trabalhadores na Mercedes-Benz em São Bernardo encerraram a greve iniciada na última segunda-feira, dia 24.  Por unanimidade, os mais de 7 mil trabalhadores presentes aprovaram a proposta negociada entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a empresa, que inclui a reversão das 1,5 mil demissões anunciadas no dia 7 de agosto e a adesão da fábrica ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). É a primeira da indústria automotiva a entrar no PPE.

O acordo entre empresa e sindicato prevê a redução de 20% da jornada de trabalho por nove meses – de 1º de setembro de 2015 a 31 de maio de 2016 – com redução de 10% dos salários para todos os 10 mil trabalhadores da fábrica. Os outros 10% complementares serão financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), conforme determina o programa. O PPE na Mercedes-Benz garantirá aos trabalhadores 12 meses de estabilidade no emprego.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, ressalta a importância da aprovação do acordo. “Foi uma negociação dura que chegou a um resultado final positivo após o esforço conjunto dos trabalhadores, do Sindicato e também da empresa. Revertemos as demissões com o PPE, que é o programa certo para dar conta da situação de crise atual”, afirmou.

O acordo também prevê o congelamento da tabela salarial até dezembro de 2016 e o reajuste pelo INPC, em 2016, sendo metade incorporado aos salários na data-base (maio) e a outra metade paga em forma de abono, em duas parcelas, no valor total de 3 mil reais.

Mobilização
A greve dos metalúrgicos na Mercedes-Benz durou sete dias e iniciou após a demissão de 1,5 mil trabalhadores. As negociações entre o sindicato e a montadora foram retomadas na sexta-feira (31), um dia após a manifestação que levou cerca de 10 mil trabalhadores em passeata da fábrica até a Rodovia Anchieta. “A mobilização e, principalmente, a solidariedade dos trabalhadores foram fundamentais. Quem recebeu os telegramas lutou, quem não recebeu lutou também. Foi isso que deu força ao nosso movimento e assegurou a reversão das demissões. É uma grande conquista”, reforça Rafael Marques.


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