A adoção de práticas sustentáveis está fazendo a diferença na valorização das ações na BM&FBovespa. Segundo Mayra Gianoni, diretora da Site Sustentável, o Índice de Sustentabilidade Industrial (ISE) da Bolsa valorizou 159% nos últimos dez anos, contra 74% da média do mercado.
Além disso, 70% das empresas do ISE correspondem a 49,87% da capitalização da BM&FBovespa e é 12% menos volátil em comparação ao Ibovespa. O ISE foi criado em 2005 e abarca empresas que abraçam as causas ambientalistas, buscando estratégias sustentáveis de negócios.
“O desempenho melhor ocorre porque quem investe em sustentabilidade tem práticas melhores com fornecedores, consumidores e funcionários”, diz Mayra. Mais: empresas sustentáveis geram maior credibilidade, o que tem impacto positivo em suas vendas.
Hoje, preço, qualidade e produtos deixaram de ser diferenciais. “Isso virou commodity”, diz a especialista. Para ela, as companhias precisam se preocupar mais e mais com o tema, porque é uma tendência que veio para ficar.
Um exemplo notável é a Natura, referência em termos de sustentabilidade. Já o setor de confecções ainda não achou um modelo viável com qualidade e sem custo para o consumidor final. Tanto que proliferam denúncias sobre trabalho análogo à escravidão. E as empresas sempre se defendem, alegando que essa atividade é terceirizada, um argumento pífio, uma vez que toda companhia é sim responsável pelos seus fornecedores.
Quanto aos relatórios anuais de sustentabilidade, que algumas empresas publicam, Mayra os considera muito herméticos e, por isso, não chegam nunca ao consumidor. “Deveria haver uma versão mais simples e palatável.”
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