Alguns educadores avaliam que os celulares e computadores estão inibindo a capacidade de raciocínio de seus alunos. Por isso algumas escolas estão adotando métodos para estimular algumas funções mentais, como memorização, a concentração e o cálculo. Para alcançar esses objetivos, os professores têm usado os jogos de tabuleiros e o soroban, instrumento japonês utilizado para o cálculo).
Adriani Magalhães, coordenadora do colégio Aprendendo a Aprender, em Pinheiros, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que “as crianças estão muito envolvidas no mundo virtual. Uma realidade que, muitas vezes, não as estimula a memorizar e fazer contas. Há informações de todos os lados, impedindo a concentração. Isso é muito prejudicial para o ensino”. Por essa razão, diz ela, escola vai começar a dar aulas de estímulo cerebral para os alunos de 5 a 10 anos.
Essas aulas de “ginástica cerebral” seguirão o método da empresa Supercérebro, que já capacitou professores para esse tipo de atividade em 120 escolas do País. Os alunos terão uma aula por semana, como atividade extracurricular. “A aula é ao mesmo tempo muito desafiadora e leve. Os alunos são estimulados a pensar, trabalhar em conjunto, fazer cálculos mentais, mas nem percebem, porque estão brincando”, afirma Adriani.
“Nós queríamos um diferencial para o nosso ensino, porque a calculadora atrofiou a cabeça dos jovens. Queremos estimulá-los a pensar, porque isso vai trazer benefícios para todas as disciplinas e todas as etapas de ensino”, afirma Gustavo Lian, presidente do grupo A Educacional, ao qual pertence o colégio Aprendendo a Aprender. Todas as demais escolas do grupo vão começar a usar o método neste ano.
A “ginástica cerebral” também tem sido adotada em outras instituições. Igor Ferreira, de 18 anos, começou neste ano a fazer a “ginástica cerebral” nas escolas do Supera, empresa que também montou um método que usa jogos e o soroban. Ele tem aula uma vez por semana e disse que o principal benefício até agora foi a melhora na concentração: “O soroban é bastante complicado, por isso, exige concentração total e senti que consegui levar isso para os meus estudos. Também me ajudou a fazer contas matemáticas de cabeça, o que pode ser uma grande vantagem no vestibular”.
Além de 200 escolas próprias em todo o Brasil, o Supera também capacitou professores de outros colégios para aplicar o método em 30 mil alunos. Segundo a diretora pedagógica da escola, Solange Jacob, o método ajuda a criança a desenvolver habilidades como o cooperativismo, o pensamento estratégico, a sociabilidade, a concentração e a memorização, que futuramente deverão ajudá-la a aprender melhor. “Todos nós temos capacidade de aprender, mas com algumas ferramentas podemos aprender mais e melhor”, afirma.
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