Um famoso ditado americano diz que “é preciso uma vila para criar uma criança”. A Escola Germinare levou o bordão ao pé da letra quando criou o programa Amigo Germinare. O nome identifica o projeto de captação de recursos da Germinare, que busca apoio – financeiro ou estrutural – de outras empresas privadas para seu projeto social. A iniciativa já atraiu dezenas de empresas desde que foi lançada, no início de 2014.
Um dos amigos recentes da Germinare é a Microsoft. A parceria começou em junho de 2014 e vem ampliando progressivamente. O movimento mais recente foi dado em dezembro de 2014, quando o presidente da Microsoft Brasil, Mariano de Beer, assinou o acordo pelo qual os alunos da Germinare passam a se beneficiar do programa Student Advantage, que dá acesso a licenças do Office 365, suíte de aplicativos de produtividade da Microsoft (Word, Powerpoint, Excel, Access, Outlook e OneNote).
“Estou muito impressionado com a qualidade do ensino da Escola Germinare e a utilização da tecnologia em seu projeto pedagógico. Conversei com crianças da primeira turma, de 11 anos, e a articulação que eles têm me deixou bastante surpreso. Eles são impressionantes”, diz o CEO da Microsoft Brasil.
O acordo com a Microsoft para oferecer o Student Advantage Program na Germinare vai permitir que cada aluno instale em seu computador pessoal uma licença oficial e sem custos do Office 365, que também pode ser instalado em até cinco equipamentos (uso doméstico).
“Um estudo da IDC (International Data Corporation) mostra que a proficiência em Office é a terceira qualificação mais importante buscada pelas empresas na contratação de novos profissionais. Ao oferecer o Student Advantage estamos contribuindo para o futuro profissional desses jovens”, diz de Beer.
Segundo o executivo, o País sofre com as taxas de produtividade que não crescem. “O investimento em educação, em longo prazo, será a única forma de fazer o País crescer de verdade. Sairemos do patamar de 1% a 2% para crescer 6% ao ano”.
Cidadania
A Microsoft tem uma divisão de Educação que lida com as escolas, tanto como clientes para seus produtos quanto como meta de ampliar sua atuação na comunidade. A aproximação entre a Microsoft e a Germinare começou por um viés de cidadania. “Por se tratar de um projeto ligado à educação, fizemos uma primeira reunião para entender melhor os propósitos da escola, identificar as áreas de maior sinergia e saber como poderíamos, por meio da tecnologia, ajudar o projeto em curto, médio e longo prazos”, diz o diretor de educação da Microsoft, Antonio Carlos Quartim Barbosa de Moraes Filho, sobre o início da parceria em junho de 2014.
A Germinare busca uma formação voltada para o empreendedorismo. Viemos complementar essa visão estratégica e, inicialmente, trabalhamos com o corpo diretivo para estabelecer o que devia ser feito. Depois, demos um passo adiante na área acadêmica, com a realização de workshops para capacitar os professores nas tecnologias da Microsoft, que serão inseridas na Germinare ao longo de 2015”, diz Moraes Filho. “Na educação, sabemos que a tecnologia é meio e nosso foco é sermos aliados dos educadores.”
Capacitação
A matemática do projeto tecnológico desenhado em parceria pela Microsoft e a Germinare exige que, antes, sejam capacitados os professores. A equação faz sentido, especialmente se olharmos pela ótica geracional: os professores, pertencentes a uma geração que nasceu antes da internet, precisam ser preparados para usar a tecnologia em favor do ensino e interagir em pé de igualdade com os estudantes, nativos digitais hiperconectados.
O trabalho da gerente de programas educacionais da Microsoft, Adriana Pettengill vai nessa vertente. “Meu foco é formar professores por meio do uso da tecnologia em sala de aula para que eles possam se apropriar pedagogicamente de sua utilização”, diz Adriana. A lista de programas de formação oferecida pela Microsoft para seus parceiros é bem grande. Há programas autoinstrucionais disponíveis no site educatornetwork.com, por exemplo, que só no Brasil já possui 55 mil professores cadastrados. “Desde que o programa chegou ao Brasil, em 2003, capacitamos mais de 400 mil professores de todas as regiões do País”, diz Adriana.
O acordo com a Germinare prevê que os educadores participem do programa Ensinar com Tecnologia, da Microsoft, que oferece um conjunto de 36 horas de treinamento, com base nas melhores práticas da UNESCO, para capacitar os professores a usar a tecnologia como ferramenta de ensino. O curso é dividido em seis módulos, de seis horas cada um. Antes de iniciar o curso, o professor faz uma avaliação – uma prova de 40 questões –, que permite identificar exatamente seu grau de proficiência no uso da tecnologia para a educação e definir que módulos ele precisa fazer.
“Dependendo do grau de maturidade do educador, ele faz uma parte ou todo o ciclo de seis módulos, mas no final receberá o crédito pelo curso todo”, explica Adriana. Se quiser, o professor pode ainda fazer uma prova presencial, que lhe dará direito ao Microsoft Educator Certified.
Para os alunos, as oportunidades são muito atraentes. “Temos um projeto mundial chamado ‘YouthSpark’ (em tradução literal, ‘faísca da juventude’), que possui três pilares. O primeiro deles é ‘capacitar’, ou seja, proporcionar acesso à tecnologia, aos programas básicos de internet, ao pacote Office e a aplicativos. O segundo pilar é ‘imaginar’. Nele, os alunos literalmente dão asas à imaginação. O terceiro pilar é o ‘realizar’. Com ele, a gente consegue que os jovens conquistem um emprego e desenvolvam seus projetos. Desde setembro de 2012, já beneficiamos mais de 10 milhões de estudantes e o projeto da Escola Germinare tem tudo a ver com essa filosofia da Microsoft”, explica a diretora de cidadania e comunicação corporativa da Microsoft, Katia Gianone.
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